Napoleão Bonaparte nutria um amor assolapado por Josefina Beauharnais. Era um sentimento desmedido que ultrapassava os limites do coração do pequeno francês, uma paixão dilacerante que unia Napoleão à mulher e que alimentou os sonhos de amor de França. O casamento acabou por terminar ao fim de catorze anos: Josefina não deu filhos ao militar. Nem queria: ele não a satisfazia.

É o que conta Andrew Roberts, um historiador britânico que preparou um documentário sobre Napoleão e Josefina para a BBC, a estrear a 10 de junho. Parece que o imperador francês do século XIX era tão inexperiente nas relações sexuais que a mulher aborreceu-se e procurou soluções em homens mais novos, conta o ABC.

A certa altura o casal nem sequer tinha intimidade. Na verdade, as cartas de Bonaparte sugerem que nem sequer gostava de sexo e, sendo assim, o evitava. Mas nem por isso deixou apagar a chama amorosa por aquela mulher seis anos mais velha. E exemplos disso não faltam nas cartas que ele enviava a Josefina:

Nem um só dia sem te amar, nem uma única noite sem te abraçar nos meus braços e nem uma única chávena de chá tomei sem maldizer a glória e a ambição que me mantém longe da alma da minha vida. No meio das minhas ocupações, à frente das tropas, visitando os acampamentos, a minha Josefina é a única no meu coração, a que ocupa o meu espírito e captura o meu pensamento.

Romântico para alguns. Um enjoo para Josefina. Enquanto Napoleão arranjava tempo entre batalhas para escrever cartas – às vezes três no mesmo dia -, a mulher corria para outros leitos em busca daquilo que o marido não lhe conseguia dar. “Sabes o quão doloroso é não receber resposta da pessoa que amamos?”, questionava ele.

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Sim, era por isso que, muitas vezes, Josefina não respondia às cartas românticas de Bonaparte. Ele em desespero e numa ansiedade desmesurada perguntava à mulher até à exaustão se lhe era fiel e se mantinha a mesma paixão.

Na verdade, este casamento tinha começado mal: seis dias depois da boda, Napoleão lançou-se numa nova batalha, deixando a mulher sozinha. Mas a solidão não era uma característica de que Josefina gostasse, por isso preferiu procurar novos caminhos para a felicidade.

Mas afinal o amor de Napoleão não foi eterno: segundo o ABC, o francês acabou por repudiar Josefina, teve um filho ilegítimo com María Walewska e acabou por casar de novo com Maria Luísa de Áustria. Mas antes disso, veio a despedida:

Adeus, minha querida Josefina, resigna-te como o faço eu