O primeiro-ministro da Moldávia, Chiril Gaburici, demitiu-se do cargo após o Ministério Público o ter notificado no âmbito de uma investigação sobre a possível falsificação do seu diploma, divulga a agência noticiosa espanhola EFE.

“Ontem [quinta-feira] o Ministério Público convocou-me para prestar declarações acerca do caso do diploma de habilitações escolares. Apresento a minha demissão. Não sou um político, sou um gestor” — disse Chiril Gaburici aos órgãos de comunicação locais, sublinhando que não queria participar em jogos políticos e menos pretendia que a sua educação se convertesse num assunto de dimensão nacional.

O escândalo estalou em meados de abril quando um jornal local denunciou que o primeiro-ministro não tinha estudos superiores e havia falsificado o seu diploma.

Subsequentemente, deputados do Partido Liberal afastados do Governo europeísta dirigido por Chiril Gaburici exigiram ao Ministério do Interior que investigasse as alegações.

O ministro do Interior, Oleg Balan,acabou por pôr em dúvida a autenticidade do diploma das habilitações escolares do primeiro-ministro, indicando que “o selo e a assinatura do diretor” da instituição constantes no documento podiam ser falsos.

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Por sua vez, e no âmbito da investigação a decorrer contra si, Chiril Gaburici exigiu a demissão de diversos altos funcionários por obstruírem a luta contra a corrupção e de privarem o seu Governo de instrumentos para a combater.

Entre outras exigências, o governante pediu ainda a renúncia de funcionários do Ministério Público, do Banco Nacional e da Comissão Nacional do Mercado de Valores, os quais acusou de corrupção.

“O país está corroído pela corrupção, o sistema financeiro desagrega-se, e esse preço é pago pelos cidadãos no lugar dos culpados”, disse o primeiro-ministro no Parlamento durante uma recente intervenção onde produziu uma avaliação sobre os seus primeiros 100 dias de Governo.

Chiril Gaburici, de 38 anos, foi eleito como líder de um governo europeísta no passado dia 18 de fevereiro, com o apoio do Partido Liberal-Democrata (PLD), do Partido Democrata e do Partido Comunista, representando 60 dos 101 assentos parlamentares do fragmentado Parlamento moldavo.

Durante quatro anos liderou uma empresa de telemóveis, o que conquistou o apoio do Partido Comunista, cujos membros haviam advertido que só apoiariam a candidatura a primeiro-ministro de um homem de negócios que estivesse à margem da política.

Por outro lado, o líder socialista, Ígor Dodón, aliado direto do Kremlin e que defende a entrada da Moldávia na União Euroasiática, liderada pela Rússia, deixou o prognóstico ao novo Governo de que o mesmo não duraria “mais de três ou quatro meses”.