A plataforma através da qual se efetuam as transações da moeda eletrónica Bitcoin está a ficar sem capacidade para efetuar as operações, mas os diferentes campos que formam a comunidade estão divididos sobre como resolver os problemas, deixando o futuro da primeira moeda eletrónica em risco.
De acordo com o Vox, se os dois lados não chegarem a um acordo, a plataforma que gere as transações pode deixar de ter capacidade para as efetuar e colocar em causa o futuro da moeda.
Quando a moeda foi criada, a capacidade da rede para efetuar transações foi limitada em blocos pequenos para evitar intromissões nas transações. A solução técnica para aumentar o espaço seria fácil de efetivar, mas a Bitcoin não tem uma forma centralizada de gestão, o que obriga a um acordo entre as partes para que a solução seja igual para todos.
De um lado estão os que querem aumentar a capacidade da rede, defendendo que a Bitcoin precisa de aumentar a sua capacidade de efetuar transações, que inicialmente se previa que fossem em número mais reduzido, para rivalizar com sistemas enraizados, como é o caso da Visa.
Do outro lado, os que defendem que a rede deve permanecer de tamanho reduzido, de forma a manter a promessa de um sistema de pagamentos sem controlo centralizado. A mudança faria com que se criasse um sistema centralizado, ao contrário do sistema paralelo gerido por milhares de computadores espalhados pelo mundo, como acontece agora.
O sistema está desenhado para que ninguém tenha a capacidade de controlar a forma como ele funciona, desde que continue a não existir alguém com um controlo maioritário da rede, o que mudaria com o aumento da capacidade da mesma.
À medida que o número de transações aumentou, o número de computadores que participam no processo de transações tem descido e os detratores do aumento de capacidade da rede defendem que este só iria fazer com que se tornasse ainda mais caro entrar neste processo, reduzindo o número de participantes ainda mais, o que por sua vez tornaria o sistema menos fiável, ou mais vulnerável a tentativas de controlo da rede por entidades externas, como os Governos de alguns países.
Sem um acordo entre estas duas partes, há um terceiro cenário, igualmente negativo para a rede. Como não existe um controlo centralizado, apenas uma das partes pode decidir aumentar a capacidade da sua parte da rede para fazer transações, o que levaria à divisão do sistema em dois. Isto poderia colocar em causa a credibilidade da Bitcoin nos seus utilizadores e dificuldades em perceber quais são as transações autorizadas.
Um cenário deste género poderá levar, de acordo com a Vox, a uma queda no valor da moeda eletrónica e fazer com que os utilizadores desta moeda, que já é bastante volátil, deixem de acreditar nela e se desfaçam deste tipo de dinheiro.