Para contrariar uma imagem intocável, nada como uma boa história polémica. É o que faz o novo filme de Danny Boyle, que pega em três momentos pouco conhecidos da história do fundador da Apple e apresenta o lado menos genial de Steve Jobs.

O filme está a ter uma receção polémica no meio tecnológico da Califórnia, onde Jobs é uma figura admirada sem hesitações. E as polémicas incluem a liberdade criativa do argumentista Aaron Sorkin (criador das séries de televisão West Wing e Newsroom). Sorkin partiu de acontecimentos inventados para sustentar três momentos reais da vida de Jobs, aumentando a tensão dramática em torno da personagem. O Steve Jobs que aparece no filme é um ditador quase maníaco que exerce um controlo assustador sobre as pessoas que o rodeiam e não quer reconhecer os seus erros – assumindo que a filha ilegítima era isso mesmo, um erro de juventude.

E Lisa Brennan-Jobs acaba por ter um papel central na narrativa de Steve Jobs. É representado por três atrizes diferentes nos três momentos do filme que salta por momentos-chave da carreira de Jobs. E o primeiro é precisamente o problema do reconhecimento da paternidade de Lisa.

Esta é uma história conhecida desde a primeira biografia de Jobs, mas que nunca foi bem gerida pela família. À CNN, o amigo Daniel Kottke admitiu que não tinha noção de que Lisa era um segredo quando o revelou publicamente pela primeira vez. Mas essa será apenas um dos pontos de tensão de um filme que voltou a colocar a figura de Jobs em discussão, numa altura em que a Apple se reinventa e opta por caminhos novos.

Texto revisto à 01:08 

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