Em 2011, Harald Haas, professor da Universidade de Edimburgo, inventava uma tecnologia capaz de revolucionar as comunicações do futuro. Uma tecnologia que não é mais do que luz. Sim, luz. Lâmpadas LED inteligentes que prometem substituir os nossos routers de acesso à internet dentro de algumas décadas.
Alguma vez ouviu falar de Li-Fi? Não? Nós explicamos. O Li-Fi resulta da junção dos termos light e fidelity e, em traços gerais, assenta na premissa de que um LED intermitente é capaz de transmitir mais informação do que uma torre de telemóveis — algo que Harald Haas conseguiu demonstrar. Recorda-se de como funciona o código morse? Pois, o conceito é semelhante. Mas muito, muito mais evoluído.
Isto só é possível graças às características das lâmpadas LED, capazes de piscar a velocidades impercetíveis ao ser humano. De acordo com o ScienceAlert, estamos a falar de velocidades que, em teoria, podem ir até aos 224 Gbps (gigabits por segundo). O sistema começou agora a ser testado em contexto comercial numa startup da Estónia. O resultado: velocidades até um gigabyte por segundo, ou seja, cerca de cem vezes mais rápidas do que o atual sistema de Wi-Fi.
O Li-Fi tem ainda outra grande vantagem: a luz não consegue atravessar paredes, o que faz com que este sistema seja mais seguro do que o Wi-Fi — a cobertura conseguir-se-á usando a iluminação das divisões de uma casa, por exemplo. Citando o IBTimes, o ScienceAlert indica ainda que esta característica resulta em menos interferência entre dispositivos, o que melhora a qualidade das transmissões.
O sistema foi apresentado ao público pela primeira vez durante uma Ted Talk na Escócia. Harald Haas transmitiu um vídeo em alta definição usando um candeeiro de secretária com uma lâmpada LED e um microchip embutido. “No futuro não teremos só 14 mil milhões de lâmpadas [LED]; podemos antes ter 14 mil milhões de Li-Fis espalhados pelo mundo”, disse o professor.
No final, sobram dois problemas. O Li-Fi implica que a luz esteja sempre ligada, mas Haas explicou que a intensidade dos LED’s pode ser reduzida até um ponto em que a lâmpada aparenta estar apagada (mas que continua a transmitir). A outra questão prende-se com o facto de os nossos computadores, tablets e telemóveis ainda não estarem adaptados a este sistema.
Ainda assim, o Li-Fi é um grande avanço nos sistemas de comunicação. E embora não se espere que venha a substituir totalmente o Wi-Fi nas próximas décadas, ambas as tecnologias podem ser usadas em conjunto para oferecer melhores velocidades de ligação à internet.
Corrigido às 17h20.
Editado por Filomena Martins.