Promoção, promoção, promoção. Eis o critério principal para a escolha das 45 galerias presentes na primeira Arco Lisboa, que abre ao público na quinta-feira na Cordoaria Nacional, em Lisboa, com uma visita do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao meio-dia.

A inauguração institucional decorre já esta quarta, às 19h00, e contará com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, do ministro de Negócios Estrangeiros e do embaixador de Espanha.

O evento resulta da nova política de expansão da Arco Madrid, conhecida feira internacional de arte contemporânea com 35 anos de existência. Os responsáveis pela versão portuguesa são espanhóis, em conjunto com duas galerias portuguesas, Cristina Guerra e Múrias Centeno.

Um comité formado por cinco galerias – aquelas duas de Portugal, uma de Espanha, uma de Itália e uma do Brasil, mais o diretor do evento, Carlos Urroz, este sem direito a voto – escolheram os 45 convidados, oriundos de oito países.

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Critérios, de acordo com a organização: a programação que as galerias apresentaram nos últimos meses, o projeto de promoção que criaram para a Arco Lisboa, o trabalho que fizeram no último ano para promoverem os seus artistas junto de museus e colecionadores privados, e o trabalho de marketing que habitualmente desenvolvem.

Em pequenos stands brancos, de paredes pré-fabricadas, as galerias, 18 das quais portuguesas, expõem obras de pintura, fotografia, instalação, escultura e vídeo. Cada uma destaca um artista, representando a aposta comercial mais forte. O objetivo da feira é, evidentemente, o de vender.

Em paralelo, decorrem conferências e debates de entrada livre. Um deles será moderado pela recém-empossada diretora do Museu Gulbenkian, Penelope Curtis (quinta, às 12h30). Outro, por Pedro Lapa, diretor do Museu Coleção Berardo, sobre os novos artistas africanos (sexta, às 18h00).

A Arco Lisboa tem um orçamento de um milhão de euros, segundo Carlos Urroz. Apesar de haver apoios institucionais portugueses (do Governo, da Câmara e do Turismo de Portugal), não há dinheiro público envolvido, garante aquele responsável. O investimento vem todo da IFEMA — Institución Ferial de Madrid, que gere a Arco Madrid, e das galerias presentes, cada qual paga entre oito e 12 mil euros, conforme a área ocupada.

Por entre centenas de propostas, o Observador escolheu 15 obras que vão estar expostas na Cordoaria.