O programa Ativar Portugal Startups, lançado pela Microsoft em maio de 2014, já apoiou cerca de 120 startups tecnológicas portuguesas. Na edição deste ano, foram recentemente integradas 31. Uma das muitas vantagens das startups apoiadas pela iniciativa é poderem beneficiar gratuitamente durante três anos de software, ferramentas, suporte e serviços cloud da Microsoft – incluindo até 56 mil euros no serviço Microsoft Azure cloud. Este estímulo faz toda a diferença nos primeiros anos de vida de uma startup.
“A Topdox tem neste momento toda a sua infraestrutura no serviço Microsoft Azure cloud da Microsoft”, conta Nélson Pereira, fundador e CEO desta startup nascida em 2014, no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC).
A Topdox é uma plataforma que funciona como um hub, isto é, podemos ligar todas as nossas “fontes” de ficheiros e documentos – quer estejam na Dropbox, no Google Drive ou em contas de e-mail – migrando-as para os dispositivos móveis sem perder a sua formatação original. Além disso, é a primeira empresa no mundo a permitir a co-edição em tempo real de documentos Microsoft Word em dispositivos móveis.
É a plataforma de serviço cloud Azure da Microsoft que torna tudo isso possível: “temos lá todos os nossos servidores que fazem a ‘magia’ de ligar as nossas aplicações móveis a todas as plataformas cloud, como a Dropbox, o One Drive ou o Google Drive”, explica. Além disso, o Microsoft Azure aloja também o serviço de conversão de documentos e otimização para visualização em mobile.
Também a Tradiio, considerada em maio uma das 10 startups mais disruptivas do mundo, segundo o ranking da Disrupt 100, tem toda a sua infraestrutura tecnológica suportada pelo Microsoft Azure, incluindo bases de dados, streaming das músicas e ferramentas de analytics.
Lançada em 2014, esta plataforma de streaming permite que fãs descubram e apoiem artistas emergentes em todo o mundo. Segundo Filipa Marinho, marketing manager da Tradiio, a base de dados ultrapassa já os 250 mil utilizadores e 20 mil artistas registados.
A revolução desta startup não fica por aqui: encontra-se a testar, em fase beta, uma nova funcionalidade – o Círculo –, um canal através do qual os artistas podem comunicar diretamente com os fãs que querem apoiá-los. “O objetivo é criar uma classe média de artistas em Portugal e no resto do mundo e revolucionar a forma como fazem dinheiro”, explica Filipa Marinho, acrescentando que os Círculos estão já a ser testados com mais de 40 artistas em Portugal, Brasil, Reino Unido e Estados Unidos. “Em Portugal, já há artistas a ultrapassar os 500 Euros mensais”, sublinha.
Por sua vez, o conceito básico da Storyo – uma aplicação 100 por cento portuguesa, que cria histórias a partir das fotografias e da informação que os utilizadores têm nos seus smartphones – foi materializado com uma aplicação Windows desenvolvida na plataforma Visual Studio. “Este piloto permitiu testar a viabilidade do conceito algorítmico associado à criação de narrativas”, explica a equipa desta startup que desenvolveu um algoritmo único de criação automática de narrativas que define os capítulos da história – de 15, 30 ou 60 segundos, de acordo com a quantidade e diversidade de fotografias.
Após a prova de conceito, a prioridade da Storyo foi lançar uma aplicação mobile multiplataforma para chegar ao maior número de pessoas no mundo. “Optámos pela utilização da plataforma Xamarin, recentemente comprada pela Microsoft, que facilitou a adaptação e afinamento de todo o desenvolvimento feito no teste de conceito inicial”, justifica.
Tecnologia Microsoft – uma parceria 360◦
No caso particular da Storyo, a plataforma Xamarin foi decisiva para o seu sucesso: “permitiu-nos trabalhar código entre sistemas operativos, fundamental para produzir uma aplicação de alto desempenho com um time-to-market curtíssimo”, conta a equipa. Cada história, isto é, cada storyo, é criada em menos de cinco segundos. A startup explora também os serviços integrados da cloud Azure: “têm trazido agilidade e novas possibilidades de escalabilidade sem termos de investir numa infraestrutura incomportável”.
Flexibilidade e a escalabilidade são as maiores vantagens da tecnologia Microsoft reconhecidas pela Topdox. “A utilização dos serviços Microsoft Azure tem permitido alterar a arquitetura da nossa plataforma muito rapidamente. Num produto como o da Topdox, em constante evolução, essa flexibilidade é fundamental”, salienta o fundador e CEO da startup.
Desde o lançamento da plataforma cloud, há oito meses, foram já indexados 170 milhões de ficheiros e documentos, dos quais 40 milhões apenas no último mês. “Este crescimento mensal da nossa base de dados, com milhares de novos utilizadores e milhões de ficheiros adicionados todos os meses, precisa de ser facilmente escalável”, explica Nélson Freitas. A Topdox utiliza também as APIs da OneDrive e está atualmente a alargar a utilização das tecnologias da Microsoft para suportar a OneDrive for Business e WOPI 365.
“O facto de termos os nossos serviços numa plataforma que é escalável, self-manageable e open source permite diminuir tanto o tempo despendido na sua monitorização como no desenvolvimento de novas funcionalidades”, reconhece Filipa Marinho, marketing manager da Tradiio. O suporte direto providenciado pela Microsoft é também reconhecido por esta startup, permitindo-lhe chegar a outros dispositivos e mercados. O recente lançamento da versão da aplicação para Windows 10 é mais um passo na revolução da indústria da música.
As três startups reconhecem que, sem a tecnologia Microsoft, muitos passos decisivos para o crescimento, internacionalização ou consolidação teriam sido incomportáveis. No entanto, esta relação é, desde o início, “uma relação win-win”, reconhecia já João Couto, diretor-geral da Microsoft, ao Observador, em 2015. Um ano depois, o sucesso destas startups significa também o sucesso da tecnologia Microsoft.