Entre 17 e 30 de março de 2017, as cidades de Lisboa e Porto vão receber a primeira edição do BoCA — Bienal of Contemporary Art, um projeto dirigido pelo ator e encenador John Romão que pretende criar pontes não só entre cidades, mas também entre campos artísticos, como as artes performativas e visuais.

Através da comissão de trabalhos originais, residências artísticas, encontros e propostas colaborativas no campo das artes visuais, performativas e da música, a bienal irá ligar cerca de três dezenas de espaços e instituições lisboetas e portuenses, como o Teatro Nacional de São Carlos, o Passos Manuel, a Casa da Música ou as Galerias Municipais de Lisboa O objetivo é, através de uma programação transversal, criar um diálogo entre organismos, nacionais e estrangeiros, e diferentes formas de arte, numa colaboração que a organização considera ser inédita.

Em entrevista ao Público, John Romão admitiu sempre ter achado estranho que “os públicos dos dois campos artísticos [performativo e visual] fossem tão diferentes”. “Não é normal que essa setorização esteja ainda tão alicerçada”, afirmou. “Os programadores tendem a encaixar tudo o que é mais híbrido ou transversal em ciclos, como se ainda não houvesse enquadramento para uma coisa que os artistas andam a fazer há décadas. Esta bienal vem mesmo para dizer que isto não é excecional, é uma prática corrente.”

A bienal irá receber, de acordo com o Público, cerca de 30 artistas portugueses e estrangeiros. Entre os nomes já divulgados incluem-se a portuguesa Salomé Lamas, o projeto Musa paradisiaca, de Eduardo Guerra e Miguel Ferrão, o francês François Chaignaud e a cubana Tania Bruguera.

Esta não é a primeira bienal de arte contemporânea a ser realizada em Portugal. Há dois anos, a cidade de Coimbra também foi palco de um evento semelhante, que contou com a presença de mais de 40 artistas consagrados, nacionais e internacionais, e mais de 20 exposições. A Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, organizada em outubro de 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, a autarquia e a universidade local, propôs um confronto entre a arte contemporânea e o património da cidade.

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