No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, que decorre desde ontem e até 22 de Setembro, foi divulgado um estudo do Observador Cetelem sobre o futuro do mercado automóvel, no qual os portugueses se revelam preparados para adquirir um automóvel sem condutor. Questionados mais de 8.500 proprietários de uma viatura adquirida nos últimos cinco anos, em 15 países, 61% dos portugueses afirmam-se prontos para adquirir um Google Car ou um Apple Car, quando a média se cifra nos 55%. E entre os europeus, cuja média se situa nos 48%, só somos batidos pelos italianos.

Por outro lado, 84% dos portugueses dizem acreditar que a viatura totalmente autónoma virá a ser uma realidade, superando, também neste ponto, a média do universo de inquiridos (75%). Perto de 40% julgam mesmo que poderão vir a tornar-se utilizadores de veículos sem condutor num horizonte de cinco anos, ao passo que os restantes portugueses têm uma expectativa mais dilatada no tempo – 31% estimam que o farão dentro de cinco a 10 anos, e igual percentagem atira para mais de uma década a possibilidade de tal vir a acontecer.

Mas, supondo que pudessem já usufruir da mobilidade autónoma, o que fariam os automobilistas portugueses? Em vez de conduzir, revela o estudo do Observador Cetelem, dedicar-se-iam a… divertir-se! Mais de metade dos condutores nacionais responderam que tratariam de ver um filme ou uma série, ou que aproveitariam para se ligarem às redes sociais. Conversar com quem segue a bordo também figura entre as alternativas preferidas. Dormir ou relaxar seria a opção de 38%, ao passo que trabalhar estaria na intenção de apenas 29% dos portugueses – sensivelmente a mesma percentagem dos que afirmaram que, mesmo em modo de condução automática, não deixariam de ficar atentos ao trânsito.

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28% dos portugueses inquiridos garantem que, durante um trajecto numa viatura completamente autónoma, não deixariam de se manter atentos ao trânsito

O que preocupa os portugueses

Os automóveis conectados são já uma realidade, permitindo aos condutores, sobretudo nos meios urbanos, começar a beneficiar do desenvolvimento da tecnologia automóvel. Equipados com sistemas de navegação GPS e aplicações de navegação em tempo real, como o CarPlay ou o Android Auto, já disponibilizados por diferentes marcas, os veículos conectados permitem ao automobilista optimizar o tempo do percurso, diminuindo o consumo e, com ele, as emissões poluentes. Para os portugueses, estes são três trunfos das viaturas conectadas, se bem que o que mais nos interessa é poupar dinheiro e tempo nas deslocações: 76% dos automobilistas nacionais valorizam a redução do consumo de combustível e 54% apreciam a possibilidade de optimizar o trajecto. Apenas 27% dos condutores lusos se revelam preocupados com o ambiente.

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No extremo oposto, a maioria (78%) considera que, em matéria de automóveis conectados, o que importa realmente é garantir a segurança. E esta é, também, a palavra-chave que ainda inquieta alguns portugueses: 25% dizem temer pela segurança, outros tantos têm medo de deixar de controlar totalmente o veículo, e 23% receiam a utilização que possa ser feita das informações que a viatura comunicará.

Ainda assim, o mundo de possibilidades oferecido pelo desenvolvimento dos serviços/funcionalidades dos automóveis conectados é suficientemente sedutor para despertar o instinto de compra: 30% dos portugueses assumem que isso os incentivaria a trocar mais depressa o seu carro.

“As expectativas são altas relativamente ao veículo conectado, que passará a autónomo num futuro próximo. A evolução da tecnologia automóvel será responsável por algo fundamental na nossa sociedade: uma mobilidade mais sustentável e inteligente. Menos tráfego, mais espaço para os peões, mais segurança e melhor ambiente. A mudança, embora gradual, está a ser bem recebida pelos portugueses, que são mesmo dos europeus mais receptivos a novas formas de mobilidade, mais económicas e ecológicas”, sublinha o director de Marketing do Cetelem, Diogo Lopes Pereira.