A Football Association (FA) decidiu demitir, esta terça-feira, o treinador da seleção inglesa, Sam Allardyce, na sequência da denúncia, publicada pelo jornal The Telegraph, de que estaria disposto a receber 400 mil libras anuais em troca de conselhos sobre como evitar as regras da Football Association.
Segundo um comunicado de imprensa, o organismo dirigente da associação de futebol inglesa explicou que a decisão foi tomada “em mútuo acordo” com Alladyce, devido à “seriedade das suas ações”. “O comportamento de Allardyce, conforme noticiado hoje, foi inapropriado de um selecionador da Inglaterra. Ele aceita que fez um erro significativo de julgamento e pediu desculpas”, relatou.
A FA anunciou ainda que Gareth Southgate, treinador da equipa inglesa sub-21, vai assumir o cargo interinamente pelos próximos quatro jogos, enquanto procura um novo nome.
Statement on The FA's decision to part company with @England manager Sam Allardyce: pic.twitter.com/WKQiMdMw4J
— England Football (@EnglandFootball) September 27, 2016
Poucos minutos depois do anúncio da FA, Allardyce divulgou um comunicado de imprensa em que reconheceu que “fez comentários que causaram constrangimento” à federação inglesa de futebol. O treinador afirmou que teve de explicar o que disse nas gravações e que cooperou “plenamente” com o organismo. No texto, salientou ainda que, durante as conversas gravadas pela publicação, sempre destacou aos jornalistas disfarçados de emissários que “todos os acordos [para a contratação de um jogador] deveriam ser aprovadas pela FA”.
Segundo relatou o Observador, esta não foi a primeira vez que Sam Allardyce é acusado de aceitar subornos. Em 2006, uma investigação levada a cabo pelo programa “Panorama” da BBC mostrou que Allardyce e o seu filho, Craig, estavam dispostos a aceitar um valor anual de três mil libras (cerca de três mil euros).
Sam Allardyce, de 61 anos, foi jogador de futebol durante 21 anos. Depois de abandonar a liga inglesa, dedicou-se à gestão de jogadores. Em seguida, assumiu o cargo na seleção inglesa em julho de 2016, com a qual disputou apenas um jogo – uma vitória inglesa sobre a Eslováquia, em setembro, pelas eliminatórias para o Mundial da Rússia.