Foi há 71 anos. Um prisioneiro grego de um campo de concentração nazi escreveu uma carta à sua mãe que nunca chegou ao destino. A carta teve origem no barracão número 58 de Dachau, nos arredores de Munique. Estávamos em 1945, e Stylianós Valmás pedia a um outro prisioneiro, também ele grego e que ia ser libertado, que entregasse a missiva. Não se sabe o que aconteceu para a correspondência nunca ter chegado às mãos da mãe de Valmás, mas, sete décadas depois, a carta foi encontrada.

Stella e Diomidis, netos de Yanis Batakis (o prisioneiro que ficou com a carta), querem agora entregá-la no destino. Os irmãos fizeram uma pesquisa exaustiva para conseguirem saber mais detalhes sobre o prisioneiro que entregou tão importante correio ao avô. Até ao momento conseguiram descobrir que Valmás já estava no campo de concentração há cerca de três anos quando escreveu à mãe e que, provavelmente por ter estado tanto tempo sem dar notícias, a família pensava que tivesse morrido. Agora Stella e Diomidis procuram descendentes para lhes entregarem a carta que nunca chegou. O mais provável será encontrarem um irmão ou pelo menos a descendência do mesmo: “Os netos teriam hoje 35 a 50 anos (…) porque quando o nosso avô regressou à Grécia teria entre 25 a 27 anos”, contam os irmãos Batakis.

A correspondência pode ter-se perdido no tempo durante 71 anos, mas os netos de Yanis Batakis, citados pelo El Pais, esperam “poder presenciar o momento mágico da entrega da carta” aos possíveis descendentes de Valmás.

Se os irmãos Batakis ainda procuram os descendentes de Valmás para entregar uma carta com 71 anos , a busca pelo portão principal de Dachau, furtado há cerca de dois anos, terminou agora.

Segundo o jornal Huffington Post, foi encontrado na cidade de Bergen, no sudoeste da Noruega e, de acordo com um porta-voz da polícia citado pela France Presse, estava na rua. “Nota-se que tem estado na rua, mas está em boas condições.” Depois de se ter feito uma réplica para que o campo de concentração não ficasse sem portão de entrada, os responsáveis querem agora voltar a colocar o original o mais rápido possível, segundo um comunicado publicado na página oficial do campo de Dachau.

Karl Freller, diretor da Fundação Memorial da Baviera, afirmou ser um grande alívio, agora que “um pedaço de provas originais de cinismo e desprezo pela humanidade dos nazis foi recuperado”.

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