A Distrital de Lisboa do PSD aprovou com uma “votação expressiva” o nome de Teresa Leal Coelho para a Câmara Municipal de Lisboa. “Teresa Leal Coelho foi aprovada com 23 votos a favor, dois brancos e um contra. É uma votação mais do que expressiva“, disse aos jornalistas o presidente da distrital, Miguel Pinto Luz, à saída da reunião.

Na mesma reunião da distrital, foi aprovado o nome de Hélder Sousa para a Câmara Municipal de Mafra e o nome de Helena Jesus para a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Ficam a faltar os nomes do PSD para as câmaras de Oeiras, Odivelas e Loures.

Sobre o facto de Teresa Leal Coelho ter faltado a 91 reuniões da Câmara Municipal de Lisboa, como foi avançado pelo Observador na sexta-feira, Miguel Pinto Luz esclareceu que a candidata do PSD “não faltou, fez-se substituir”.

Teresa Leal Coelho falhou 91 reuniões como vereadora em Lisboa

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“Não foi de férias, não foi passear para as Caraíbas. A dra. Teresa Leal Coelho preside a uma das comissões mais importantes do Parlamento e, nessa casa da democracia, teve o seu papel. Foi nesse sentido que a Teresa Leal Coelho teve de ser substituída em muitas reuniões de Câmara. Não por estar de férias, mas por ter de exercer o seu mandato de deputada, que é muito importante para o nosso país”, afirmou.

Sobre a chegada tardia do nome de Teresa Leal Coelho como a candidata do PSD a Lisboa, o presidente da distrital desvalorizou. “Pelo que julgo saber, o Partido Socialista ainda não apresentou o seu candidato à Câmara Municipal de Lisboa. 31 de março era o prazo limite para a apresentação do candidato do PSD. De facto, vi uma feira de nomes na comunicação social, mas a única coisa que posso dizer é que este é o nome oficial do PSD. Todos os outros foram uma feira da comunicação social”, frisou.

Plenário da concelhia agitado

Antes de o nome de Teresa Leal Coelho ser aprovado a nível distrital este domingo, já tinha sido apreciado pelo plenário de militantes da PSD de Lisboa, na passada sexta-feira à noite. A reunião foi das mais participadas dos últimos anos, segundo as fontes do Observador, com muitas intervenções, polémica e contestação. Mas não foi conduzida por Fernando Seara, o presidente da mesa da concelhia — que mais uma vez faltou à reunião — mas sim por João Mota Lopes, o primeiro vice.

O encontro ficou marcado em pelo menos dois momentos. O primeiro foi quando Rodrigo Gonçalves, representante de uma das fações do PSD lisboeta, apresentou uma moção com três pontos: apoio incondicional a Teresa Leal Coelho, apoio a todos os presidentes de junta em funções (o que implica apoio ao seu próprio pai, que preside à junta das Avenidas Novas); e todo o processo eleitoral, como a escolha de vereadores, assembleia municipal e executivo de juntas ter de passar pelo plenário. A proposta foi aprovada por 71 votos e uma abstenção, mas com a ameaça de impugnação. O segundo momento foi protagonizado por Paulo Ribeiro, que lidera o gabinete de estudos da distrital do PSD, disse que ia impugnar a decisão, tendo em conta uma alegada irregularidade na convocatória do plenário: segundo as regras devia ter havido uma publicação de um anúncio no Povo Livre pelo menos uma semana antes da reunião, o que não terá acontecido.

O encontro de militantes ficou marcado por críticas a Mauro Xavier, o presidente da concelhia de Lisboa, que foi ultrapassado desde o início do processo na escolha do candidato à câmara de Lisboa. Pedro Rodrigues, ex-líder da JSD e antigo candidato à distrital de Lisboa, criticou as estruturas concelhias e distrital, por durante três anos terem assumido que havia uma estratégia e agora “vêm dizer que a responsabilidade é do presidente do PSD”. Ao Observador, Pedro Rodrigues resume: “A distrital e a concelhia não têm estratégia. Reduziram Lisboa à possibilidade de candidatura de Santana Lopes. Mas o homem resolveu não ir e agora criticam o presidente do PSD”, afirma o militante que se tem destacado nos últimos tempo como crítico de Pedro Passos Coelho.

Pedro Rodrigues chegou a partilhar no Facebook um post na sequência da reunião, com o seguinte comentário: “Confesso que continuo a aspirar ao tempo em que no distrito de Lisboa conquistávamos eleições autárquicas e representávamos os cidadãos, compreendendo-os e sendo porta voz das suas inquietações e das suas ambições!”