O PSD quer ouvir no parlamento o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior do Exército sobre o desaparecimento de material de guerra de dois paióis em Tancos, em audições à porta fechada.

O requerimento hoje divulgado pelos sociais-democratas, que deu entrada na quinta-feira na Comissão de Defesa, refere que “perante a gravidade desta situação”, o PSD quer ouvir na Assembleia da República o ministro Azeredo Lopes e o general Rovisco Duarte “a fim de prestarem os esclarecimentos que considerarem pertinentes sobre estes acontecimentos”.

“Segundo um comunicado do Exército Português, foi detetada a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois paióis com o desaparecimento de material de guerra, especificamente granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros”, refere o requerimento.

O PSD quer ainda ouvir o ministro da Defesa Nacional relativamente à reunião dos ministros da Defesa da NATO realizada em Bruxelas na quinta-feira.

“Tendo em conta a relevância dos temas tratados nessa reunião, os deputados do PSD vêm por este meio requerer a audição, à porta fechada, do Sr. Ministro da Defesa Nacional na Comissão de Defesa Nacional a fim de fornecer aos deputados todas as informações que considere pertinentes sobre esta reunião da NATO”.

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Na quinta-feira, o ministro da Defesa reconheceu, em Bruxelas, que o roubo de granadas de mão ofensivas e munições das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos “é grave” e garantiu que não ficará “nada por levantar” nas averiguações.

“Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar”, para mais quando “não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas”, disse Azeredo Lopes.

O ministro, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião ministerial da NATO, em Bruxelas, disse que, “evidentemente”, Portugal vai informar os seus parceiros do ocorrido e garantiu que, a par das investigações já em curso – “a questão ficou Imediatamente sob alçada da Polícia Judiciária militar e da Polícia Judiciária, e a partir de agora das diferentes instâncias de investigação criminal”, apontou -, a questão da segurança do material militar será assunto de debate com as chefias militares.

Azeredo Lopes admitiu não ter ainda “uma noção exata do material que realmente foi furtado”, sendo já “certo que foram furtadas granadas e algumas munições”, mas acrescentou que não pode “dizer em boa verdade se há mais que tenha sido furtado”.

Em comunicado, o Exército anunciou na quinta-feira que foi detetada quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ?paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros.

Fonte do ramo contactada pela Lusa adiantou que até ao momento foi detetada a falta de “cerca de uma centena” de granadas de mão ofensivas.

“Os incidentes foram detetados por uma ronda móvel, elemento do sistema de segurança dos Paióis”, refere o comunicado.