O chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, reconheceu este sábado que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e admitiu a possibilidade de fuga de informação.
“Para haver algo deste género tem de haver informação interna”, assumiu, em declarações à SIC, acrescentando que, além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades.
Rovisco Duarte disse que o roubo ocorreu numa zona cuja vedação ainda não tinha sido reforçada com material mais resistente, no âmbito das medidas de melhoria da segurança das instalações militares.
Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército, “estes roubos podem acontecer em qualquer país e em qualquer Exército, desde que haja vontades e capacidades”.
O Exército revelou na sexta-feira que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.
Rovisco Durte sublinhou que o material de guerra roubado foi selecionado por quem tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis”.
Face ao incidente, a segurança foi reforçada nos paióis com “o aumento de efetivos” e com “patrulhas mais robustas”, assinalou, referindo que “não se permite ajuizar” sobre a falta de funcionamento do sistema de videovigilância do quartel, parado há dois anos.
O chefe do Estado-Maior do Exército frisou que os planos de segurança e vigilância foram cumpridos. O ministro da Defesa assumiu hoje a “responsabilidade política” pelo roubo em Tancos, depois de os partidos políticos terem criticado o sucedido, com o CDS-PP a exigir a audição parlamentar de Azeredo Lopes e o PSD a pedir também para ser ouvido o general Rovisco Duarte.