A par de uma fotografia a sorrir e com um par de luvas de boxe calçadas, o secretário de Estado da Indústria reagiu no Facebook à sua demissão, dizendo que sente “orgulhoso por ter integrado desta forma um Governo tão reformador quanto humano”. Sobre o chamado Galpgate e o processo judicial que dele decorre — que levou à sua exoneração e onde é arguido — João Vasconcelos não disse uma única palavra, embora tenha aproveitado para “agradecer as milhares de manifestações de apoio” que recebeu “nas últimas horas”.
Dando como localização do post do Facebook o Ministério da Economia, João Vasconcelos fala sobre o seu futuro “porque as perguntas se acumulam”. A esse propósito lembra: “Tenho 41 anos, estou a meio da minha vida e agora quero dedicar-me mais à minha família. Mas tal como aconteceu nos últimos 25 anos, podem contar sempre com o meu contributo para melhorar a minha comunidade e o meu país. Até porque quero continuar a ter a certeza que a minha filha terá sempre muito orgulho em tudo o que eu fiz, e que viva num Portugal melhor.”
O demissionário diz ainda que sai da secretaria de Estado com a “absoluta confiança em todos os projetos” que colocou em marcha com a certeza que “continuarão a trabalhar para a causa pública e para o bem do país, muito para além da passagem por esta pasta”. João Vasconcelos diz ainda que acredita que a “atividade política é uma das missões mais nobres a que o ser humano se pode dedicar”.
João Vasconcelos diz ainda que aceitou o convite para secretário de Estado da Indústria com objetivos como “colocar a indústria portuguesa numa posição de liderança perante a revolução industrial da digitalização”, “facilitar a vida às novas empresas e aos empreendedores nos seus esforços de tentativa e erro e no caminho para a internacionalização”, “apoiar com rigor e exigência as novas gerações de investidores e business angels“, “fazer do Web Summit uma montra digna e moderna do nosso país” ou “gerar oportunidades para o excelente talento que as nossas universidades produzem”.
E lembra depois os vários programas que desenvolveu nos últimos 20 meses como o Indústria 4.0, o Capitalizar ou o Startup Portugal, bem como a experiência Web Summit.
O secretário de Estado foi um dos três governantes afastados na sequência de terem solicitado a constituição como arguidos no chamado Galpgate.
As polémicas e as controvérsias dos secretários de Estado que caíram