“Não há nenhuma razão para que a esposa do chefe de Estado possa receber um orçamento através de fundos públicos. Brigitte Macron já dispõe atualmente de uma equipa de dois ou três funcionários, dois secretários e dois agentes de segurança e isso é suficiente. Se esta é uma questão a resolver, isso deverá acontecer através de um referendo e não por decisão de um só homem.”

Este é só um pequeno trecho do texto de apresentação da petição que em duas semanas já reuniu mais de 200 mil assinaturas e foi iniciada por Thierry Paul Valette, fundador da l’Égalité Nationale. Objetivo: travar as intenções do presidente Emmanuel Macron e o projeto-lei em estudo no Palácio do Eliseu que visa tornar legal, oficial e orçamentado o estatuto de primeira-dama (ou de primeiro-marido).

Numa altura em que, no país, se debate acesamente a questão da “moralização da vida política”, proposta pelo próprio presidente durante a campanha eleitoral, caiu mal a intenção de formalizar, alterando a lei, um estatuto de que Brigitte Macron, 64 anos, seria a primeira beneficiária.

Se ministros e parlamentares, depois de inúmeras notícias de excessos, passaram a estar proibidos de dar emprego a familiares, não faz qualquer sentido que a mulher do Presidente usufrua de um estatuto especial e seja paga pelos cofres públicos só porque o é, defende a petição.

No texto, disponível na plataforma Change.org, Thierry Paul Valette fez questão de deixar bem claro que condena todos os “ataques sexistas” de que Brigitte Macron, 25 anos mais velha do que Emmanuel e sua ex-professora, tem sido alvo. E também garantiu que as competências da primeira-dama não estão em causa. Emmanuel Macron, que segundo as mais recentes sondagens já só agrada a 36% dos eleitores franceses e a quem a oposição não tem dado tréguas, é o único visado da petição.

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