O valor da “bitcoin” derrapou para os 14 mil dólares (depois de ter ultrapassado os 19.000 nas últimas semanas) depois de a Coreia do Sul anunciar um plano para combater as criptomoedas. Entre as medidas está a proibição de ter “carteiras” anónimas de moedas digitais e, por outro lado, as autoridades ficam com o direito de fechar bolsas de criptomoedas se “for considerado necessário”.
A Coreia do Sul tem sido palco de uma boa parte das mais recentes transações de bitcoin — segundo estimativas recentes, 20% das transações dos últimos tempos são feitas naquele país — pelo que a notícia levou a uma queda de mais de 10% no valor desta moeda digital, em comparação com a cotação que se registava ontem, quarta-feira.
“Os responsáveis partilham da opinião de que a negociação destas moedas virtuais está sobreaquecida… e não podemos mais ignorar esta situação especulativa anormal”, afirmou o governo sul-coreano numa conferência de imprensa de apresentação do pacote de medidas contra a especulação nas bitcoin e outras moedas digitais.
Citado pela Agence France Presse, o governo falou no risco de se usar estas moedas digitais para branqueamento de capitais — e há, também, um aviso para quem esteja a tentar manipular o preço da bitcoin. “Iremos responder de forma determinada a estes crimes, condenando os envolvidos às penas máximas previstas na lei”.
Bitcoin chega à alta finança. Até onde irá a febre das moedas digitais?
À Bloomberg, Stephen Innes, diretor da sala de mercados da corretora Oanda, salienta que “os reguladores, não apenas na Ásia, estão a começar a reagir a este fenómeno, que acreditam ser um fenómeno ligado aos pequenos investidores”. Para este especialista, muitos responsáveis políticos ainda não se consciencializaram do impacto que teria para a economia um colapso das criptomoedas.