As instituições de crédito especializado concederam 9.263 milhões de euros em créditos em 2017, uma subida de 18,3% face a 2016 impulsionada pelos vários tipos de crédito, nomeadamente o clássico, divulgou esta segunda-feira a associação setorial.

Em comunicado, a Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) atribui esta evolução à diminuição do desemprego e ao crescimento de 2,7% da economia nacional, “o maior crescimento desde há 17 anos” e que teve “efeito direto na situação financeira dos portugueses, que tem vindo a melhorar substancialmente”.

Apesar de os valores do crédito ao consumo a particulares terem atingido os 6.191 milhões de euros no final de 2017, de acordo com o Banco de Portugal, a ASFAC nota que estão ainda 34,5% abaixo dos registados em 2008, “ano de plena crise financeira”.

Segundo os dados da associação, no ano passado o crédito clássico concedido a particulares, que representa 30,9% do total deste tipo de financiamento, subiu 37,8% face a 2016, enquanto o crédito clássico atribuído a empresas aumentou 26,2%. Já o crédito ‘stock’ foi o que menos cresceu em 2017 (8,4%), enquanto o crédito ‘revolving’ (renovável) registou no ano passado uma subida de 17,1%.

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De acordo com a ASFAC, a aquisição de meios de transporte continuou a liderar o destino dos montantes concedidos em crédito clássico, com 69,6% do total do financiamento, equivalente a 2.119 milhões de euros, mais 24,2% do que em 2016 e um “reflexo da dinamização da economia portuguesa e da consequente mobilização dos agentes económicos no sentido de financiarem os meios de transporte”.

Seguiu-se o crédito pessoal, com 21% do financiamento pedido, e o financiamento para a aquisição de artigos para o lar, com 5,9%. No total, em 2017, foram celebrados 422.272 contratos de crédito clássico, mais 32,5% do que em 2016, sendo “a esmagadora maioria” (97,4%) com particulares e o restante com empresas, onde se registou uma subida de 16,7% do número de contratos celebrados. No ano passado, o valor médio de cada contrato foi de 7.208 euros, um aumento de 3%.

Para o presidente da ASFAC, António Menezes Rodrigues, os dados de 2017 evidenciam um “crescimento sustentável” do setor, estando “o financiamento das empresas da área automóvel a funcionar como principal impulsionador”.