Os cerca de 10.000 lugares do Pavilhão Príncipe Felipe, em Saragoça, estavam longe da lotação esgotada no apito inicial da primeira meia-final da UEFA Futsal Cup, entre o Sporting e os húngaros do Eto Gyor. No entanto, numa zona lateral do majestoso recinto, havia quatro setores vestidos a rigor com polos feitos para a ocasião, cachecóis com a frase “Sempre juntos e feitos de Sporting – Grupo de Apoio às Modalidades” e a falar (neste caso, mais a cantar) em português. Foram 250 que chegaram a parecer 2.500. E o apuramento para o jogo decisivo da principal prova europeia da modalidade foi dedicado no final da partida a esses “heróis” que fizeram cerca de 940 quilómetros para apoiarem a equipa.

Alguns grupos, em viaturas próprias ou de avião (até Madrid), seguiram viagem na quarta-feira e aproveitaram para conhecer a cidade. Outros, que se organizaram em autocarros, saíram na noite de quinta-feira. E ainda houve quem madrugasse esta sexta, dia do jogo, para seguir direto de Lisboa para o Pavilhão Príncipe Felipe. Não sendo propriamente uma viagem como aquelas que se fazem dentro do País, conseguiu juntar duas centenas e meia de pessoas para mais uma Final Four da competição. E os comandados de Nuno Dias fizeram questão de presenteá-los com uma exibição de luxo, sobretudo na primeira parte.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Sporting começou o encontro da melhor forma e, depois de uma boa oportunidade de Cardinal travada por Alasztics, o italo-brasileiro Alex Merlim fez jus à alcunha de Mago e inaugurou o marcador com apenas 58 segundos de jogo. Mas a boa entrada não ficaria por aqui e, com pouco mais de três minutos jogados, Cardinal fez o 2-0 após assistência de Merlim, o que levou de imediato o treinador do Gyor, Javi Rodríguez, a pedir um desconto de tempo para travar a enxurrada verde e branca.

Os leões, como é habitual, começaram depois a rodar os quatro jogadores na quadra, trocando os “titulares” João Matos, Pedro Cary, Alex Merlim e Cardinal por Caio Japa, Diogo, Divanei e Dieguinho (mais tarde, entrariam também Cavinato, Deo, Pany Varela e Fortino). Marcão teve apenas um lance de maior dificuldade, desviando para canto um remate de 1×0 de Sahó, mas foi o conjunto verde e branco a dominar por completo o encontro, criando inúmeras oportunidades para aumentar a vantagem sobretudo por Dieguinho. No entanto, seria de novo com a dupla Merlim-Cardinal em campo que o Sporting chegaria ao 3-0, com o internacional português a encostar ao segundo poste após assistência do número 14 (11′). Pouco depois, com a formação magiar completamente perdida em termos de referências defensivas, Cavinato aumentou para 4-0 (13′).

Ainda antes do intervalo, Javi Rodríguez arriscou o 5×4 com Sahó como guarda-redes avançado mas também aqui o feitiço virou-se contra o feiticeiro e Diogo, a quatro segundos do apito final, ainda fez o 5-0 após uma recuperação de bola no meio-campo verde e branco que resultou em golo por não haver ninguém na baliza da formação magiar.

A segunda parte teve menos motivos de interesse, com o Sporting a ter uma toada de maior contenção mas, ainda assim, a criar as melhores oportunidades para dilatar o marcador perante a boa oposição do guarda-redes Alasztics. Seria ainda assim o Eto Gyor a reduzir a desvantagem de novo com guarda-redes avançado, por intermédio de Sahó, com pouco mais de seis minutos por jogar. Dieguinho, aproveitando mais um erro dos húngaros, fixou o resultado no 6-1 final aos 37′.

Desta forma, o Sporting qualificou-se pela terceira vez para a final da UEFA Futsal Cup, procurando ainda o primeiro título na principal competição europeia da modalidade que apenas uma equipa portuguesa conseguiu alcançar até ao momento (Benfica frente ao Inter Movistar, em 2010, no então Pavilhão Atlântico). Nos outros encontros decisivos, os leões foram derrotados pelo Montesilvano (5-2, em 2011) e pelo Inter Movistar (0-7, no ano passado). Na final de domingo (19h, hora portuguesa), a equipa verde e branca vai defrontar o vencedor da outra meia-final entre os espanhóis do Inter Movistar e do Barcelona.