Os resultados definitivos do programa de apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes (DGArtes) para as áreas da música e dos cruzamentos disciplinares, publicados esta quarta-feira, incluem financiamento para mais 26 entidades do que as abrangidas nos resultados provisórios.
Na área da música, passam de 29 para 43 as entidades apoiadas, de acordo com os resultados definitivos agora publicados pela DGArtes, ficando de fora sete estruturas consideradas elegíveis, com pontuações acima dos 60%. Nos cruzamentos disciplinares, passam de 23 para 35.
Na música, a maioria dos projectos candidatos apoiados mantém o nível de financiamento alcançado na primeira fase, mas do lado das entidades que tinham ficado de fora dos resultados provisórios o destaque vai para nomes como a Orquestra de Câmara Portuguesa, à qual foi atribuído agora um total de 607 908 euros, entre 2018 e 2019, embora o montante solicitado pelo projecto dirigido pelo maestro Pedro Carneiro fosse de 1,6 milhões de euros, até 2021.
A Banda Nova Sinfónica Portuguesa, que tinha sido a primeira abaixo da linha de corte dos candidatos financiados segundo os resultados preliminares, vê atribuído um total de 483 914 euros para os quatro anos do programa.
A Academia de Música de Lagos, também excluída da primeira fase de resultados, obtém agora perto de 400 mil euros para o quadriénio, de um total solicitado de 521 mil euros.
Também a Casa Bernardo Sassetti recebe apoio, no valor de 109 mil euros, de um total de 141.777 solicitado, enquanto a associação responsável pela organização do Festival Internacional de Música de Marvão vê também atribuído um montante de 77 mil euros, dos 105 mil projectados.
Na área dos cruzamentos disciplinares, todas as candidaturas consideradas elegíveis recebem financiamento, para dois ou para quatro anos, com excepção da Acordarte – Associação Promotora da Educação Cultural e Artística, sediada em Lisboa, que pedia financiamento de 195.910 euros para 2018 e 2019.
No total, são apoiadas 35 estruturas nesta dimensão do programa de apoio sustentado, mais 12 do que as previstas pelos resultados iniciais.
Companhias como a Circolando, uma das primeiras a lamentar os resultados provisórios, passaram da exclusão de apoios, segundo os dados preliminares, para a obtenção de cerca de 70% do pedido, que, no caso, vai representar 727 201 euros até 2021.
Também a Devir — Associação de Actividades Culturais, sediada em Faro, já apoiada nos resultados preliminares, viu o montante em causa aumentar: passou de 126.448 para 207 162 euros, entre 2018 e 2019.
A Circular, de Vila do Conde, vai receber 440,1 mil euros para o quadriénio, enquanto a Saco Azul, que programa o espaço Maus Hábitos, no Porto, vai ser financiada em 125 227 euros. Ambas tinham ficado de fora dos resultados provisórios.
A Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) vê o valor inicial de 833 934 euros até 2021 ser aumentado para 959 999 euros, depois da audiência de interessados, o que, mesmo assim, equivale a menos 600 mil euros do que o solicitado.
O Ministério da Cultura tinha anunciado, no começo da semana, que todas as entidades artísticas contempladas no ciclo anterior de apoios às artes, que concorreram ao programa sustentado, no novo ciclo, e que ficaram elegíveis, também iriam receber financiamento.
De acordo com o gabinete do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, “o montante de apoio a atribuir é calculado em função da pontuação dos critérios de apreciação atribuídos pelo júri, face ao montante solicitado, nos termos do regulamento dos apoios”.
Segundo o calendário da DGArtes, os resultados definitivos para a área do teatro deverão ser conhecidos até meados de Maio, uma vez que foi a disciplina com maior número de candidaturas (90).