José Maria Ricciardi considera que o futuro presidente do Sporting vai precisar de muito dinheiro para tirar o clube da difícil situação financeira que as diferentes rescinsões podem vir a provocar. Em entrevista à TVI 24, esta quarta-feira, o economista e banqueiro explicou que a quantia necessária “dependerá do resultado das rescisões destes nove jogadores, se for dada razão aos mesmos”, mas que poderá ascender 60 milhões ou mais.
“As consequências dessas rescisões passarão por pagar os restantes anos de contrato aos jogadores e, além disso, haverá o contrato dos ativos”, afirmou, citado pelo Diário de Notícias. “A perda poderá oscilar entre 100 e 200 milhões de euros. A destituição deste conselho diretivo suspenso irá dar alguma possibilidade a que os jogadores reconsiderem. Acredito que alguns jogadores possam voltar atrás. Não direi todos. Ou para ficar no Sporting ou para aceitarem ser negociados pela SAD.”
Para Ricciardi, “qualquer candidatura” que venha aparecer no futuro, caso os sócios decidam a destituição do que resta do Conselho diretivo, na Assembleia Geral de sábado, “terá de ser um pouco diferente das atuais a instituições como FC Porto ou Benfica”. “O Sporting está numa situação dramática — em pré-falência, pré-insolvência na SAD –, e qualquer candidatura terá de ter uma capacidade económica e financeira muito para além do que seria o normal, até do ponto de vista desportivo. Tem de ser agregadora, porque o Conselho Diretivo suspenso dividiu e partiu o clube. Nunca se viu em 112 anos de história andarem uns grupos contra outros.”
Sobre as candidaturas de Dionísio Castro e Frederico Varandas, o banqueiro considerou que esta não é uma boa altura para se avançar com esse tipo de proposta, uma vez que os sportinguistas “ainda não votaram se querem que esta direção continue ou não”. Admitindo que não tem passado em eventuais candidatos, Ricciardi disse que, “se os sócios decidirem pela destituição do que resta do Conselho Diretivo, haverá 45 a 60 dias para encontrar uma candidatura muito forte, extremamente agregadora, que não dependa só de uma pessoa e que consiga mobilizar um conjunto importante de fundos”.
“Também quero dizer que nós, na próxima época, vamos jogar com uma equipa praticamente B e não vamos ter qualquer veleidade em tentar disputar seja o que for, porque é a consequência da situação criada no Sporting. Há que ter coragem para dizer que vamos passar por um período que será transitório, senão poderíamos caminhar para um período que chamaria de belenização”, disse ainda à TVI 24. Questionado diretamente sobre a Assembleia Geral de sábado, José Maria Ricciardi garantiu que vai estar presente e apelou à participação de “todos os sócios” numa assembleia “onde se vai jogar o futuro de uma grande instituição como o Sporting”.