A primeira vez que se entra num automóvel pelo lugar do condutor, parece impossível algum dia vir a dominar toda aquela parafernália de pedais, manípulos e mostradores. Mas a verdade é que, com tempo e quilómetros percorridos, o ato de conduzir torna-se praticamente automático. Deixa-se de se pensar antes de fazer. Torna-se algo tão natural como mexer os braços e as pernas. E se isso tem um lado bom — o automóvel torna-se como que uma extensão do corpo humano e, por isso mesmo, mais facilmente controlável — tem outro que deve ser levado em conta: o excesso de confiança. Conduzimos tão facilmente, tão naturalmente que achamos que podemos fazê-lo em quaisquer condições: com sono, depois de uma noite de copos, enquanto enviamos uma mensagem ou selecionamos uma música no Spotify. Mas é errado pensar assim. As distrações ao volante podem, de facto, ser fatais.
Se conduzir…não beba
Estatísticas divulgadas no final do ano passado pela Prevenção Rodoviária Portuguesa dizem que mais de um terço (33,2%) dos condutores que morreram ao volante entre 2010 e 2015 tinham uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5g/l. Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a ação do álcool no sistema nervoso provoca uma audácia incontrolada e, ao mesmo tempo, uma perda de vigilância em relação ao meio envolvente: diminui a atenção, a capacidade de concentração, a visão fica perturbada, tal como a capacidade de reação, de medição de distâncias e a resistência à fadiga. Com 0,5g/l de taxa de álcool no sangue, o risco de acidente mortal duplica. Com 1,20g/l esse risco aumenta 16 vezes. Por isso, o velho slogan está sempre atual: se conduzir, não beba. Se beber, apanhe um táxi ou derivados e vá buscar o carro no dia seguinte.
Se conduzir…não use o telemóvel
Ok, se possuir um sistema de alta-voz, é legítimo atender chamadas — menos legítimo será passar a viagem inteira a passear na lista de contactos à procura de gente com quem falar. Mas, de resto, o telemóvel deve ficar longe da vista e ainda mais longe das mãos sempre que se conduz. É importante combater a tentação de enviar uma mensagem rápida, procurar uma música para pôr a tocar via Bluetooth: de acordo com o Núcleo de Estudos e Planeamento da Unidade de Prevenção Rodoviária, o telemóvel dispersa a atenção do condutor, diminuindo a sua capacidade de reação, a sua noção do posicionamento do veículo na via — levando, muitas vezes à não manutenção das distâncias de segurança — e da sua real velocidade. Há uma tendência, também, para não parar nas passadeiras nem ceder prioridade em situações em que essa cedência é obrigatória, muito devido à redução do campo visual do condutor.
Se conduzir…descanse
Já todos vimos esta cena: depois de um dia longo e cansativo, com direito a jantar substancial, ainda resta pela frente uma viagem longa de regresso da casa. Os bocejos sucedem-se, os olhos teimam em querer fechar. Mas o condutor resiste. Abre a janela, aumenta o volume do rádio, carrega no acelerador quer chegar ao destino o mais rápido possível. Serão decisões acertadas? Não. Conduzir com sono é perigoso: diz-nos a Associação Portuguesa de Sono que a sonolência está relacionada com 20% dos acidentes de viação. Conduzir ao fim de 17 a 18 horas acordado provoca o mesmo efeito que uma taxa de 0,5g/l de álcool no sangue.
DICAS PROSEGUR PARA A PROTEÇÃO DO SEU VEÍCULO
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– Não se esqueça de proteger o seu veículo com alarmes e outros equipamentos de segurança.
– Os sistemas de localização por GPS podem ajudá-lo a recuperar o veículo em caso de furto.
– Nunca deixe as chaves do veículo na ignição mesmo que saia apenas por um minuto.
– Tranque as portas e feche sempre as janelas.
– Desligue sempre o motor caso sai do veículo. A maioria dos casos de furto ocorrem em estações de serviço, junto a máquinas de Multibanco e lojas de conveniência.
– Não pare em locais que lhe pareçam pouco seguros, mesmo que fique no interior do carro — atenção à possibilidade de car jacking.
– Se o carro ficar parado por um longo período de tempo (férias, por exemplo), opte por desligar a bateria ou remover o cabo de ligação ao distribuidor.
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É especialmente importante estar a atento a sintomas como bocejos, sentir os olhos a arder, pestanejar frequentemente, visão dupla ou desfocada, falhas de atenção ou dificuldade em manter a trajectória do veículo. No caso de eles se manifestarem, em vez de optar por uma das soluções habituais — que mais não fazem do que mascarar o sono por apenas alguns minutos — o melhor é parar, consumir uma bebida com cafeína e dormir 15 a 20 minutos.
Se conduzir…respeite as condições climatéricas
As condições meteorológicas adversas podem trazer, também elas, outros riscos inerentes à condução, obrigando a cuidados redobrados, sobretudo pela má visibilidade e pela perda de aderência. Assim, em caso de chuva ou nevoeiro deverá sempre aumentar a distância de segurança para o veículo da frente, já que a distância de travagem também aumenta. É igualmente importante reduzir a velocidade, pelas mesmas razões e para evitar riscos de derrapagem — se esta acontecer é importante não travar, em vez disso, tirar o pé do pedal de embraiagem e tentar ganhar o controlo do veículo dando pequenos toques no volante na direção em que este está a derrapar. Em situações de visibilidade reduzida deve, também, ligar os faróis — os médios e os faróis de nevoeiro, caso existam.
Se conduzir…verifique o estado do seu veículo
É importantíssimo ter noção do estado em que se encontra o seu veículo, sobretudo antes de uma grande viagem. E se a maioria já avisa electronicamente quaisquer potenciais anomalias internas, a verdade é que há verificações que continuam a caber ao condutor fazer. Para começar, o estado e a pressão dos pneus, incluindo o suplente. A direção, que deve estar alinhada, o sistema de travagem, o funcionamento dos faróis — mínimos, médios e máximos —, sinalizadores (vulgo piscas), o nível de óleo do motor, a água na bateria e no radiador, o estado de limpeza dos vidros e das escovas dos limpa pára-brisas. Se tudo estiver em condições, boa viagem.
Se conduzir…estacione em segurança
Tão importante como conduzir bem é estacionar a viatura em segurança. Sinalize sempre o estacionamento com antecedência e não se deixe pressionar caso outros carros estejam atrás de si. Eles esperam. Verifique se não vêm peões ou ciclistas. Meça bem as distâncias e não se iniba de recomeçar a manobra se for caso disso. Não se fie nos sensores, use sempre os retrovisores. Muita atenção, também, às placas de trânsito: verifique se não indicam proibição de estacionar ou lugares reservados de algum tipo. Por último, prefira lugares em zonas movimentadas e com boa iluminação. Antes de sair do veículo, deixe uma mudança engatada (a primeira ou, em caso de descida, a marcha-atrás), certifique-se que não deixa objetos de valor à mostra nem janelas abertas. E tranque as portas.
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