Azeredo Lopes tem sido confrontado com frequência sobre o tema, e voltou a sê-lo na Lituânia, onde 150 fuzileiros portugueses integram uma missão NATO de tranquilização da região leste da Europa. Com um problema de fixação de militares para as Forças Armadas, e na sequência das ações da Rússia na Ucrânia, a Lituânia optou por voltar atrás e reintroduzir o Serviço Militar Obrigatório (SMO). Uma “ideia interessante”, diz o ministro da Defesa português, que admite nova discussão sobre o problema, mas só para lá de 2019.

O ministro da Defesa diz que, antes de voltar a discutir o (SMO), é preciso fazer a avaliação do impacto que as novas medidas de atracão e fixação de militares vão ter e perceber se conseguem (ou não) inverter a tendência dos últimos anos.

Em agosto, o governo vai sentar-se para discutir novas formas de inverter a perda de efetivos nos três ramos das Forças Armadas. “Vai a Conselho de Ministros — finalmente, diria, porque é trabalho longo e complicado —, o regulamento de incentivos e o regulamento e contrato de duração especial”, assinala o ministro, durante uma visita à força de Fuzileiros destacada na Lituânia, no âmbito da missão da NATO de apaziguamento da região. “Penso que é importante vermos se estes novos instrumentos reforçam a resiliência das FA” mas, “se assim não for”, admite o ministro da Defesa, é uma questão que poderá vir a colocar-se”.

As condições atuais, assume Azeredo Lopes, não estão a produzir “os melhores resultados”. Daí que o responsável pela pasta militar se vire para o modelo lituano como fonte de inspiração para medidas que permitam estancar a sangria de elementos do Exército, Força Aérea e Marinha. “O modelo lituano não é um modelo geral, faz coincidir várias dimensões do recrutamento, uma nos voluntários outra numa circunscrição parcial”, ressalva o ministro. Mas “é uma ideia interessante”.

A solução lituana, com a passagem de entre 3.000 a 3.500 pessoas pelas Forças Armadas, por períodos de nove meses, “permite garantir que, independentemente do número de voluntários, haja também uma circulação de pessoas que coincidem na sua passagem pelas Forças Armadas”, diz o ministro. “Mas também é verdade que a Lituânia tem uma tradição até de formação dos seus próprios cidadãos no contacto com Forças Armadas, de preparação de uma quase quase resistência cívica que não conhecemos em Portugal”.

O jornalista do Observador viajou até à Lituânia a convite do Ministério da Defesa Nacional

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