A exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, no Brasil, chegará a Lisboa em outubro, indicou à agência Lusa fonte da entidade, que será visitada esta quarta-feira pelo ministro português da Cultura.

O ministro Luís Filipe Castro Mendes faz esta quarta-feira uma visita oficial ao museu, em São Paulo, onde deverá visitar as obras de reconstrução do edifício, destruído parcialmente por um incêndio em 2015, à semelhança do que aconteceu no domingo, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

O ministro terá uma reunião de trabalho com representantes do museu, na qual serão faladas questões relativas à cooperação estabelecida com o Instituto Camões, uma parceria que consiste em criar e adotar conteúdos relacionados com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o museu.

De acordo com o Museu da Língua Portuguesa, a exposição “A Língua Portuguesa em Nós”, deverá ser apresentada no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), localizado em Belém, onde poderá ser visto parte do acervo da entidade. Esta exposição tem vindo a percorrer países da África onde se fala português e, desde maio, já foi exibida em Cabo Verde, Angola e Moçambique, onde se encontra desde 15 de agosto.

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Inicialmente montada no Brasil, onde se estreou na 16.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a mostra faz um percurso pela presença da língua portuguesa no mundo, que representa atualmente cerca de 270 milhões de falantes nos cinco continentes. Também é focado o contato com outros idiomas e a sua participação na formação cultural brasileira.

Várias experiências audiovisuais integram o acervo do Museu da Língua Portuguesa: “A Praça da Língua” reproduz a experiência-símbolo do museu numa instalação imersiva com obras da criação artística em língua portuguesa, que formam um mosaico de músicas, poesias, trechos literários e depoimentos, com textos interpretados por artistas como Maria Bethânia, que declama Fernando Pessoa. Por sua vez, a área “Música e Culinária” aborda a relação entre língua, identidades e culturas, e no espaço “Cápsula de coleta dos falares”, o visitante é convidado a gravar em vídeo o seu depoimento sobre a relação com o idioma, testemunhos que passarão a fazer parte do acervo do Museu da Língua Portuguesa.

O museu – que em dez anos de funcionamento recebeu cerca de quatro milhões de visitantes – tem vindo a organizar uma programação cultural diversa e exclusiva para cada país onde a exposição é apresentada. A exposição “A Língua Portuguesa em Nós” é uma iniciativa do Itamaraty, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, a Fundação Roberto Marinho, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, com patrocínio da EDP e apoio do Instituto Camões e do Instituto EDP.

De acordo com o museu – inaugurado em 2006, e um dos mais visitados do Brasil – as obras de reconstrução terminam no segundo semestre de 2019. A entidade tem como missão “valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo”.

Já foram concluídas as etapas de restauro das fachadas e esquadrias, e de conservação e reconstrução da cobertura do edifício, e atualmente está em curso a licitação para as obras de interiores, que têm previsão de início em setembro, seguindo-se a instalação da museografia. A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa integrou melhorias de infraestrutura e segurança, especialmente contra incêndios. Entre as novas medidas, está um sistema de chuveiros automáticos para reforçar o aparato de segurança contra incêndio, sistema que possui sensores do aumento da temperatura ambiente e acionam a abertura dos bicos para combate contra o fogo, ainda em estágio inicial.

O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Estado da Cultura, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem como maior patrocinador a EDP e ainda o Grupo Globo, Grupo Itaú e Sabesp e apoio do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do museu.