Kylian Mbappé pode ser descrito como o herdeiro de Pelé ou o sucessor de Ronaldo Fenómeno mas, por mais comparações que sejam feitas, não deixa de ser um miúdo de 19 anos que adora futebol. E foi por isso que ele, Rabiot e tantos outros milhões de pessoas que acompanharam o Barcelona-Real Madrid deste domingo só descolaram da televisão quando o árbitro deu o apito final na goleada por 5-1 dos catalães que sentenciou o futuro de Julen Lopetegui nos merengues. No entanto, se 99,99% desses milhões que ficaram até ao fim não tiveram problema com isso, o avançado e o médio do PSG acabaram por entrar sob alçada disciplinar do clube por terem chegado atrasados à palestra de Tuchel antes do jogo em Marselha.

Primeira decisão tomada na hora? Colocar os dois jogadores no banco de suplentes. Se existe um aspeto que o técnico alemão não abdica são as regras estabelecidas com o grupo e Mbappé, que é conhecido por ser um jogador correto e que passa ao lado de casos deste género, acabou mesmo por ser punido por se distrair com as horas. No entanto, num encontro com grande relevo histórico, o avançado acabou por entrar e, passados três minutos, mostrou o porquê de ser um dos melhores avançados da atualidade: cavalgada de quase 40 metros em velocidade, remate descaído sobre a direita e 1-0.

A substituição do campeão mundial de seleções por Choupo Moting resultou em pleno e, no último minuto dos descontos, quando Rabiot já tinha também entrado para dar outra estabilidade ao conjunto parisiense por troca com Angel Di María (Thilo Kehrer entrou para o onze no seu lugar), Julian Draxler sentenciou o resultado final numa jogada finalizada após assistência de Neymar e que começou nos pés de Mbappé, melhor marcador da Ligue 1 com dez golos.

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“Deixei o Kylian [Mbappé] de fora por decisão disciplinar. O coletivo é sempre mais importante do que as individualidades. Odeio jogar sem ele numa partida como essa mas houve essa medida. Ele deu uma boa resposta, mas não gostei do que aconteceu”, admitiu Tuchel no final do encontro, sem admitir publicamente as justificações para esse atraso para a palestra que começaram a ser reproduzidas em alguns meios de comunicação como o UOL Esporte pouco depois do triunfo do PSG.

Certo é que, com mais um triunfo na Ligue 1, o 11.º consecutivo, o conjunto de Paris conseguiu igualar o recorde do Tottenham, que vinha da longínqua época de 1960/61, com o melhor arranque de sempre num campeonato das cinco principais ligas europeias. Além dos 33 pontos, o campeão gaulês soma também o fantástico registo de 39 golos marcados (quase o dobro do segundo melhor ataque da prova, que pertence ao Marselha com 22) e apenas seis consentidos (melhor defesa da prova), tendo já oito pontos de avançado sobre o segundo classificado, o surpreendente Lille. Curiosamente, na próxima sexta-feira, as duas equipas irão defrontar-se no Parque dos Príncipes, podendo então fixar-se num novo recorde.