Terminou esta quinta-feira a primeira jornada da Liga dos Campeões. A nova Champions, como tem sido muito escrito nos últimos tempos. Certo é que, para já, são poucas ou nenhumas as conclusão a retirar do novo formato. Ao longo dos últimos três dias, tivemos grandes confrontos diariamente, reencontros entre antigos campeões europeus e até embates entre equipas de nível inferior e que, no formato anterior, nunca se defrontariam. Certo é que os golos apareceram no primeiro dia — foram 28 — e desapareceram no segundo — 13 —, mantendo-se a tendência no terceiro — 16.

Nos jogos de maior cartaz desta quinta-feira, italianos e ingleses empataram (0-0) e os franceses venceram o duelo com os espanhóis (2-1). Em Itália assistiu-se a uma partida equilibrada, com muito estudo e poucas ocasiões, mas com a Atalanta em maior — e pior — plano. Raya foi a grande figura ao defender um penálti — e a recarga — de Retegui. No Mónaco, a partida começou a desenhar-se desde cedo, depois de Eric García ter sido expulso aos 10 minutos. Ainda assim, Yamal conseguiu resgatar o Barcelona, depois de Akliouche ter feito primeiro, mas Ilenikhena desfez o empate na segunda parte.

Em Itália, a Atalanta, que venceu a Liga Europa na temporada passada, encontrou o Arsenal, vicecampeão inglês e adversário do Sporting no fim de novembro. A formação italiana, onde atua o internacional português Rui Patrício, tem estado intermitente neste arranque temporada, somando três derrotas e duas vitórias nos cinco jogos realizados antes de receber uns gunners invencíveis — somam três vitórias e um empate na Premier League.

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“O objetivo é continuar [na Liga dos Campeões]. Vai ser difícil ficar entre os oito primeiros. Para ficar entre o nono e o 24.º lugares, temos que somar pontos em todos os jogos. Começamos com um teste realmente difícil, mas é uma oportunidade de nos medirmos. Estamos na Europa há vários anos, está claro que a continuidade nos permitiu continuar a crescer”, perspetivou Gian Piero Gasperini na antevisão.

Já Mikel Arteta acabou por confirmar a ausência do capitão Odegaard, mas assumiu que os ingleses estão em Itália para garantir o triunfo. “Tenho uma grande admiração pelo que ele [Gasperini] fez na carreira, não só na Atalanta, mas noutros clubes. É uma figura muito importante e o que eles conquistaram na temporada passada foi incrível. É muito difícil jogar contra eles! Eles têm um estilo de jogo particular que se vê semana após semana e é muito desafiador para os adversários que os enfrentam”, assumiu o espanhol.

Conhecidos os onzes iniciais, percebeu-se que Patrício ia continuar a aguardar pela estreia com a camisola orobici. Do outro lado, Declan Rice e Gabriel Jesus regressaram ao onze depois de um período de ausência. Como seria de esperar, a Atalanta começou mais pressionante, estilo que Gasperini não abdica. Contudo, a primeira oportunidade pertenceu aos gunners, com Saka a testar o guarda-redes de livre (13′), naquela que foi a única ocasião de um primeiro tempo marcado por muitos duelos e a bola a circular longe das balizas.

A etapa complementar foi totalmente o oposto e abriu com Éderson a conquistar um penálti para os italianos. Porém, Retegui perdeu o duelo com Raya que, na recarga, voltou a negar o golo ao avançado com uma defesa fantástica em cima da linha de golo (51′). A entrada de Cuadrado acabou por mexer com o jogo, já que a defesa do Arsenal teve algumas dificuldades para parar a velocidade no colombiano. Na primeira tentativa, o experiente extremo atirou ligeiramente por cima (67′) e, na segunda, rematou ao lado (75′). A dea entrou nos últimos minutos a assumir o jogo, mas não conseguiu evitar o empate sem golos (0-0).

Já o Principado do Mónaco acolheu um desafio que colocou frente a frente dois adversários do Benfica nesta Liga dos Campeões: a equipa local e o Barcelona. Depois de somarem três vitórias e um empate na Ligue 1, os monegascos queriam dar seguimento ao bom arranque de época, diante de uma formação blaugrana que estava 100% vitoriosa e é líder isolada da LaLiga. Sem Dani Olmo, Hansi Flick tinha em mãos manter o caudal ofensivo de uma equipa que renasceu nas suas mãos.

Para esta partida, Flick apostou num onze inédito, com Eric García a ocupar a posição mais recuada do meio-campo e Pedri a surgir no lugar de Olmo, jogando no apoio a Lewandowski, Raphinha e Yamal. Nos monegascos, Singo e Minamino foram as novidades em relação à última partida. Com Didier Deschamps e Michael Jordan a assistirem à partida, foram precisos apenas dez minutos para Eric García ficar ligado ao resultado final: Ter Stegen falhou o passe e o espanhol derrubou Minamino quando este estava isolado e foi expulso (10′).

Como seria de esperar, o Mónaco cresceu a partir desse momento e, pouco depois, Ter Stegen redimiu-se fazendo uma fantástica defesa a remate de Embolo (14′). Porém, logo a seguir, o internacional alemão não conseguiu impedir o golo, da autoria de Akliouche (16′). Os monegascos continuaram a controlar o desafio e ficaram perto de dilatar a vantagem, só que o remate de Camara saiu ao lado (21′). Porém, os blaugranas precisaram de apenas um remate para empatar a partida, com Lamine Yamal a mostrar toda a sua qualidade numa grande jogada individual (28′). O golo acabou por abalar a defensiva do Mónaco, que quase meteu água de seguida, mas Balde falhou o remate (32′).

Ao intervalo, Adi Hütter tirou Camara, que já tinha um amarelo, e colocou Golovin, lançando ainda mais a sua equipa no ataque. Em sentido inverso, o Barcelona continuou focado em defender e a tentar visar a baliza adversária através das transições rápidas. Numa dessas ocasiões, Raphinha surgiu isolado, mas Köhn saiu da baliza a tempo de impedir o golo (52′). Na resposta, Ter Stegen parou um remate forte de Vanderson (57′). Já na parte final da partida, Ilenikhena ganhou em velocidade à defesa catalã e atirou a contar para o 2-1 final (71′).

Terminada a primeira jornada da Liga dos Campeões, Benfica e Sporting encontram-se no lote das 15 equipas que triunfaram. Arsenal, Atalanta, Bolonha, Inter Milão, Manchester City e Shakhtar Donetsk empataram e surgem no 16.º lugar, em zona de playoff, ao passo que as restantes têm, naturalmente, zero pontos. A competição regressa no início de outubro, com o PSV-Sporting e o Benfica-Atl. Madrid em destaque.