Com uma goleada aqui, outra ali, Portugal precisou de apenas dois dias para garantir o apuramento para os quartos de final como um dos dois primeiros classificados, o que permitiria desde já evitar um embate com o vencedor do Grupo B, que tem Espanha, Itália e França. Não se pode dizer que a tarefa era difícil ou pouco expectável, mas na retina ficaram dois jogos demolidores da Seleção Nacional, antes Estados Unidos (10-2) e Angola (0-4). Ainda assim, essas duas goleadas podiam não ser suficientes para carimbar o primeiro lugar.

O trio maravilha mostrou o caminho para a reconquista: Portugal goleou Angola e vai discutir primeiro lugar do grupo com a Argentina

Tudo porque a Argentina fez ligeiramente melhor frente os dois adversários mais favoráveis do Grupo A: 7-1 a Angola e 2-9 aos Estados Unidos. Assim, os argentinos chegavam a este jogo com um golo de desvantagem sobre Portugal na diferença de golos (+13 contra +12), e tudo porque, em cima da buzina do jogo contra os angolanos, a Seleção chegou ao golo que valeria a vantagem em caso de igualdade, mas o tento acabou anulado pelos árbitros, que consideraram que o jogo já tinha terminado. Não se percebeu se a decisão foi correta, mas o que é certo é Portugal entrou em campo esta quarta-feira obrigado a vencer.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Acima de tudo, penso que fizemos um jogo seguro. É um vitória justa e clara e que nos obrigou a passar por sensações diferentes. Tivemos de sofrer e ficou provado que esta equipa também sabe sofrer. Estamos satisfeitos com o resultado, com o facto de não termos sofrido golos… Faltou-nos um ‘danoninho’, para termos vantagem para amanhã [quarta-feira] e jogar com dois resultados, mas o histórico recente contra a seleção da Argentina revela que há muito equilíbrio. Estaremos cá, como estaríamos se estivéssemos em primeiro lugar. Vamos lutar pelo segundo objetivo, que é ficar em primeiro lugar do grupo, depois de termos conseguido o apuramento para os quartos de final”, assumiu o selecionador Paulo Freitas no final da partida da segunda jornada.

Na reedição da final do último Campeonato do Mundo, e tantos outros encontros “quentinhos” entre dois berços do hóquei em patins, Freitas lançou Ângelo Girão, Zé Miranda, Hélder Nunes, Gonçalo Pinto e Gonçalo Alves no cinco inicial. Já a seleção das pampas, que já não conta com os ex-Benfica Carlos Nicolía e Pablo Álvarez, mas tem nas suas fileiras a juventude de Danilo Rampulla (Óquei de Barcelos), Facu Navarro (Oliveirense) e Facundo Bridge (Sporting).

Depois de um início de jogo equilibrado, a Seleção Nacional acabou por colher os primeiros frutos e, no espaço de 37 segundos, fez dois golos, através de Gonçalo Alves (7′) e Gonçalo Pinto (7′). Perante a eficácia portuguesa, José Luis Páez solicitou uma pausa técnica e, pouco depois do reatar, os campeões do mundo reduziram pelo benfiquista Lucas Ordoñez, de livre direto (10′). Apesar do golo sofrido, Portugal respondeu bem e, depois de combinar com João Rodrigues, Hélder Nunes aumentou a vantagem com uma finalização à boca da baliza (13′). A resposta das aguilas voltou a ser rápida e, em menos de dois minutos, Ordoñez chegou ao hat-trick e empatou o desafio (19′). Até ao intervalo, o jogador do Benfica ainda atirou uma bola à trave (23′).

No segundo tempo, a Argentina apresentou uma postura mais cautelosa, baixando o ritmo do desafio e levando as suas posses de bola até ao limite. Portugal teimou em conseguir contrariar a coesão defensiva do adversário e chegou à reta final a precisar de marcar para vencer o grupo. Depois de Girão ter negado o golo aos argentino, Rafa Costa saiu no contra-ataque, ultrapassou os adversário e, na cara de Conti, atirou cruzado para o 3-4 (44′). Naturalmente, o cenário inverteu-se, os sul-americanos subiram as linhas, mas o avançado do FC Porto voltou a ficar perto do golo, obrigando o guarda-redes a uma defesa apertada (49′). Já com o cinco para quatro em campo, Nolito fez o empate com uma grande stickada de longe, a 12 segundos do fim (4-4). Com este empate, Portugal terminou em segundo, por um golo, e caiu para o lado teoricamente mais difícil do quadro. Nos quartos de final, a Seleção vai defrontar França.