Os portugueses escolheram “enfermeiro” como Palavra do Ano, com 37,8% dos votos — a votação que decorreu entre 1 e 31 de dezembro reuniu 206 mil votos válidos no site da iniciativa. Na lista final estavam dez vocábulos da língua portuguesa, divulgados no início de dezembro pelo grupo editorial que criou a iniciativa há dez anos. No final, a palavra “enfermeiro” rivalizou diretamente com “professor”, que alcançou 33,4% dos votos. No ano passado, o vocábulo escolhido foi incêndio, que recebeu 37% dos votos.

As dez palavras em competição em 2018 e as suas definições

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  1. Assédio: “Movimentos como o ‘Me Too’ colocaram o tema do assédio sexual na agenda, com vários casos envolvendo figuras públicas”;
  2. Enfermeiro: “Os enfermeiros reclamam aumentos salariais, uma progressão mais rápida na carreira e a contratação de mais profissionais”;
  3. Especulação: “A especulação imobiliária atingiu níveis alarmantes nas grandes cidades e gerou um grande debate, nomeadamente sobre a polémica ‘taxa Robles’”;
  4. Extremismo: “São cada vez mais frequentes as manifestações de intolerância e radicalismo, nomeadamente no espaço europeu, o que justifica uma crescente preocupação”;
  5. Paiol: “O caso do desaparecimento das armas do paiol de Tancos conheceu desenvolvimentos surpreendentes ao longo do ano, estando ainda por esclarecer completamente”;
  6. Populismo: “O discurso marcadamente populista tomou de assalto o debate público um pouco por todo o mundo, alimentando o surgimento de movimentos e líderes políticos que já conquistaram o poder em vários países”;
  7. Privacidade: “O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) entrou em vigor em maio de 2018 com uma série de novas medidas para defesa da privacidade dos cidadãos, na relação com empresas e instituições públicas ou privadas”;
  8. Professor: “Os professores continuam a lutar pela contabilização da totalidade do tempo de serviço prestado durante o congelamento de carreiras”;
  9. Sexismo: “Esta forma de discriminação de pessoas ou grupos com base no seu sexo tem vindo a ser crescentemente denunciada, com vários casos mediáticos a alimentarem a discussão pública e a condenação social”;
  10. Toupeira: “A suspeita de que um clube de futebol nacional dispunha de uma rede de informadores no interior do sistema de Justiça pôs em marcha a chamada ‘Operação e-toupeira’”.

A lista de palavras candidatas ao título “Palavra do Ano”, refere a Porto Editora, é “produto do trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa (…), através de análise de frequência e distribuição de uso das palavras e do relevo que elas alcançam”. Entre as escolhas dos linguistas da editora para a palavra de 2018 — tendo também em conta as sugestões enviadas pelos portugueses — estavam palavras como “assédio“, “extremismo“, “paiol” ou “populismo“. À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, todos estes vocábulos expressam bem o que aconteceu no ano transato.

A iniciativa “Palavra do Ano” foi lançada em 2009 pela Porto Editora e “tem como principal objetivo sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, património vivo e precioso de todos os que nela se expressam, acentuando, assim, a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida”.

Este ano celebra-se a décima edição da votação, que teve a palavra esmiuçar, termo popularizado pelos “Gato Fedorento”, como a primeira grande vencedora em 2009. Este primeiro vocábulo foi eleito por um grupo de linguistas da Porto Editora, sendo que só no ano seguinte, em 2010, é que se começou a seguir o método de seleção de um primeiro conjunto de dez, usado até hoje.

Nesta página pode consultar todas as palavras que já marcaram os anos anteriores.

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