O lucro dos CTT recuou 28% no ano passado, face a 2017, para 19,6 milhões de euros, “influenciado pelas indemnizações pagas por rescisão de contratos de trabalho por mútuo acordo”, divulgou a empresa. As receitas operacionais do grupo cresceram 1,4% para 704 milhões de euros, impulsionadas pelo Banco CTT e pelo correio expresso e de encomendas associado às compras online. Já os serviços financeiros continuam em queda, 23,4%, tal como tráfego postal endereçado que baixou 7,6%.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT adiantam que o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) reportado do Banco CTT subiu 3,1% para 18,1 milhões de euros negativos, enquanto o recorrente diminuiu 15,8% para 17,3 milhões de euros negativos.
Os rendimentos operacionais subiram 1,4% no período em análise, para 708 milhões de euros, e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) ficou quase inalterado, ao avançar ligeiros 0,6% para 90,4 milhões de euros.
Os rendimentos operacionais recorrentes do Banco CTT subiram 27% no ano passado, face a 2017, para 23,6 milhões de euros, “sobretudo alavancado pelo crescimento da margem financeira (aumento de 4,5 milhões de euros), anunciaram esta quarta-feira os CTT.
No ano passado foram abertas mais 122 mil contas, para um total de 348 mil, referem os CTT, que apontam “o robusto crescimento dos depósitos de clientes para cerca de 884 milhões de euros (+42,8%) e o crescimento da carteira de crédito habitação para 238,4 milhões de euros (+172,4 milhões de euros do que em 2017 de carteira líquida de imparidades) e de produção de crédito ao consumo de 41,6 milhões de euros (+15%)”.
A integração da Payshop no banco, em janeiro do ano passado, contribuiu com 6,8 milhões de euros de rendimentos nas soluções de pagamento, uma subida de 3,7%.
Mais de 400 trabalhadores já saíram dos CTT através do programa de transformação
Mais de 400 trabalhadores já saíram dos CTT no âmbito do programa operacional de transformação, em vigor desde novembro de 2017, 268 das quais este ano, anunciou esta quarta-feira o presidente executivo dos Correios de Portugal.
“No quadro do programa de transformação das rescisões por mútuo acordo já saíram, desde que começou em novembro de 2017, 419 pessoas. Este ano foram 268 que saíram”, disse Francisco de Lacerda que falava, em Lisboa, em conferência de imprensa após a apresentação de resultados da empresa.
O responsável revelou ainda que, recentemente, foram contratadas mais 200 pessoas para funções como a distribuição do correio, a “interface com os clientes” e para o banco, sublinhando que a empresa conta com 12 mil funcionários.
“O ano passado reduzimos o número de lojas em 70 e pode haver mais algumas, se são únicas em concelho ou não é uma coisa que se verá”, acrescentou.
Questionado sobre o facto de os correios espanhóis terem, no final de janeiro, anunciado a sua entrada no mercado português, através do serviço de distribuição de encomendas, Francisco de Lacerda garantiu que os CTT estão confiantes nas suas capacidades e na sua vantagem.
“Nós, em Portugal, temos a distribuir encomendas de todas as grandes empresas que estão nessa atividade em Espanha. Os correios de Espanha, se vierem, são mais um concorrente e nós cá estamos confiantes nas nossas capacidades e na nossa vantagem competitiva”, afirmou.
Já sobre a votação dos projetos de lei do PCP, do BE e dos Verdes, relativos à renacionalização dos CTT, que vai decorrer esta quinta-feira, o presidente dos Correios de Portugal referiu ter a expetativa de que a maioria vai votar contra.
“O que se vê na fundamentação das propostas são os ideológicos, e cada um vota de acordo com a sua ideologia, e os temas mais objetivos. Em relação aos principais temas, não estamos a abandonar a populações — estamos a aumentar o número de locais em que estamos presentes -, e não temos um problema gravíssimo da qualidade do serviço, nem na distribuição do correio, nem do atendimento em loja”, defendeu