O racionamento de bens alimentares, incluindo de comida para bebés, pode começar ao terceiro dia de greve dos motoristas, alertou o diretor-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) em declarações ao Jornal Económico. “O risco de racionamento prende-se com os produtos que as pessoas procuram com mais intensidade e poderá esgotar mais rapidamente “, descreveu Pedro Queiroz.

É por isso que “o racionamento é um risco que está em cima de mesa a partir do terceiro dia de greve” e que pode atingir produtos como “o pão, lácteos, alimentação para bebés, massas, arroz e conservas”, considerou o diretor da FIPA. O melhor, aconselhou ao Jornal Económico, é fazer “alguma armazenagem de produtos não perecíveis como leite, pão, massas, arroz e conservas”. “No caso de haver alguma escassez, evitam de ir a correr ao mesmo tempo ao supermercado podendo fazê-lo uma semana antes da greve”, concluiu em entrevista ao Jornal Económico.

Os próprios supermercados devem estar a preparar-se para esse aumento da procura nos próximos dias, mas a quantidade de comida nos armazéns dependem da capacidade das lojas, recordou Pedro Queiroz. “Logo no primeiro dia de greve há constrangimentos na atividade da indústria e na entrega de produtos. E a partir do terceiro dia de greve começa-se a sentir dificuldades no abastecimento de bens essenciais”, antecipa.

Mas esses produtos não vão constituir o maior problema, já que podem ser comprados com antecedência e guardados sem que pereçam. A maior dificuldade, explica o diretor da FIPA, serão os produtos com prazos de validade mais curtos, como os lacticínios, as frutas e os legumes. Até a comida para os animais na exploração pecuária preocupa Pedro Queiroz: podem perder-se “enormes volumes de matéria prima já contratada nas explorações”. “Não passa pela cabeça de ninguém que a greve demore muito tempo, o que traria ao país uma situação caótica”, comenta.

É por isso que o diretor da FIPA pede especial atenção do Governo ao decidir os serviços mínimos para a indústria agro-alimentar: “O governo está ciente das preocupações da idústria agro-alimentar e já garantiu que o tema será incluído nos trabalhos que estão a ser desenvolvidos”, avançou.

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