O Novo Banco teve prejuízos de 400,1 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, quase o dobro face ao registado no mesmo período do ano anterior (altura em que registou um resultado negativo de 212,2 milhões).

Segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição liderada por António Ramalho explica que o resultado se deve a “uma perda de 513,5 milhões de euros na atividade ‘legacy’ [legado do BES] e de um ganho de 113,4 milhões de euros na atividade recorrente”.

“Neste semestre, o Grupo NOVO BANCO registou perdas relacionadas com o processo de reestruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente o projeto Sertorius (imóveis), o projeto Albatroz em Espanha e o processo de venda da GNB Vida, cujo impacto negativo ascendeu a 340M€”, lê-se ainda.

Novo Banco vai pedir mais 541 milhões de euros ao Fundo de Resolução

No mesmo comunicado, o Novo Banco estima que vai pedir mais 541 milhões de euros ao Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capital contingente.

“O Novo Banco tem os seus rácios de Common Equity Tier 1 (CET1) e Tier 1 protegidos em níveis predeterminados até aos montantes das perdas já verificadas nos ativos protegidos pelo Mecanismo de Capital Contingente. O montante de compensação de capital estimado nas contas do semestre é de 541M. A compensação do final do ano dependerá das perdas e custos, das recuperações e das exigências de capital em vigor à data”, lê-se no comunicado.

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A instituição já tinha pedido ao Fundo de Resolução 1.150 milhões de euros este ano. Em 2018, o valor da injeção fixou-se nos 792 milhões em 2018.

Menos 37 balcões e 289 trabalhadores em Portugal

Entre junho de 2018 e o mesmo mês deste ano, o Novo Banco encerrou 37 balcões em Portugal, o que contribuiu, a par da redução de pessoal, para a diminuição dos custos de operação. No mesmo período, saíram da instituição 289 trabalhadores.

“Os custos operativos apresentam uma redução de 0,4%, situando-se em 243,1M€, reflexo das melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da otimização de estruturas com a consequente redução no número de balcões e de colaboradores, tendo os custos da atividade legacy apresentado também uma redução”.