A economia portuguesa cresceu 0,5% no segundo trimestre (em cadeia, ou seja, na comparação com o primeiro trimestre do ano) e 1,8% na comparação homóloga, isto é, com o mesmo segundo trimestre de 2018. O resultado, que foi esta sexta-feira confirmado pelo Eurostat, aponta para um crescimento “acima da média europeia”, como afirma insistentemente o Governo, ou é um crescimento que não é mais do que medíocre, à luz da comparação com as economias com a mesma escala e características que Portugal?
Os dois gráficos seguintes dão a resposta.
No crescimento na comparação homóloga entre os países da União Europeia, Portugal aparece em 17º numa lista de 25 países que não inclui três países europeus: Irlanda, Luxemburgo e Malta. A previsão da Comissão Europeia para qualquer um destes três países, porém, é que cresçam bem mais do que Portugal este ano — ou seja, na realidade Portugal não irá além do 20º entre os 28 países que compõem a União Europeia.
Se a média da União Europeia, de 1,4%, fica, de facto, abaixo dos 1,8% de Portugal, o valor da UE é penalizado pelo desempenho fraco de grandes economias como a Alemanha, o Reino Unido e Itália.
Portugal aparece atrás de uma longa lista de países europeus, até a Grécia, neste momento.
E a economia nacional também já está a ser ultrapassada pela Grécia se optarmos pela comparação dos crescimentos económicos em cadeia, ou seja, na comparação trimestre a trimestre.
Também na comparação em cadeia, as economias de países como a Hungria, a Roménia, a Polónia e Chipre aparecem com taxas de crescimento bem mais rápidas do qeu Portugal. E também esta lista não inclui a Irlanda, Malta e Luxemburgo, que ainda não têm dados para este segundo trimestre.
Na comparação trimestral, Portugal, com 0,5%, está acima da média europeia? Está, porque a média europeia não vai além dos 0,2% — porque a Alemanha, o Reino Unido e a Suécia estão com taxas negativas de crescimento económico.
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