O Teatro Sá da Bandeira vai ser proposto ao governo como monumento de interesse público pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). O anúncio foi hoje publicado em Diário da República.

Depois do parecer favorável da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, a 19 de junho de 2019, a proposta de classificação segue agora para a secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira. Segue-se uma consulta pública de 30 dias úteis. Lê-se em comunicado que as observações dos interessados deverão “ser apresentadas junto da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que se pronunciará num prazo de 15 dias úteis”, a partir desta sexta-feira, dia 13 de setembro.

O processo de classificação do Teatro Sá da Bandeira como monumento de interesse público já tinha sido desencadeado pela Câmara do Porto em 2017, após ter sido tornado pública a intenção de vender o imóvel por parte dos anteriores proprietários. Nessa altura, o Município manifestou o interesse em exercer o direito de preferência pelo imóvel, uma vez que o Teatro não se encontrava classificado “e a sua alienação ameaçava as suas características e função”, disse Rui Moreira.

Foi então proposto à Direção Geral do Património Cultural duas diferentes distinções para o monumento: a de monumento de interesse público e a distinção como Entidade de Interesse Histórico e Cultural ou Social Local, entretanto obtida.

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Em maio, o Sá da Bandeira foi vendido em hasta pública ao dono da livraria Lello

Por “estar garantida a dupla classificação” e por considerar esgotada a utilidade de manter o Teatro no património público, a Câmara do Porto aprovou a venda em hasta pública do Sá da Bandeira em março deste ano, com uma base de licitação de 2,1 milhões de euros.

Porto. Livraria Lello compra Teatro Sá da Bandeira por 3,5 milhões de euros

O monumento acabou depois por ser vendido a 30 de maio por 3,5 milhões de euros. Pedro Pinto, o proprietário da Livraria Lello, foi quem o comprou, com a salvaguarda de que, tratando-se de um imóvel classificado pela Direção Geral de Património Cultural, deveria manter-se como teatro e não poderia ser usado para outros fins.

O teatro Sá da Bandeira foi inaugurado em 1870 com o nome Teatro-Circo do Príncipe Real. Tem hoje, como antes, uma área total de 1960 metros quadrados e uma área bruta privativa de 2945 metros quadrados. Com esta proposta de distinção, demarca-se a certeza de que continuará a servir a população com o ofício que lhe é próprio desde que se pôs de pé.