O Benfica tinha saído apenas uma vez a perder ao intervalo no presente Campeonato. Ao intervalo e no final, na receção ao FC Porto a contar para a terceira jornada. Em 30 jogos no comando dos encarnados, Bruno Lage teve apenas uma derrota e foi exatamente essa. Este sábado, contra o Santa Clara, não só conseguiu alcançar a segunda reviravolta da temporada como manteve o registo 100% vitorioso nos jogos fora. Mas foi nas palavras que teve no balneário da equipa que esteve a notícia nos Açores. Neste caso, de forma literal.

Pizzi mostrou que também sabe pensar pela sua cabeça. Mais uma vez (a crónica do Santa Clara-Benfica)

“Não sei se posso partilhar mas o mister deu-nos a informação de que iria ser novamente pai. Isso deu-nos nova força para conseguirmos os três pontos. Não sei se é menino ou menina”, confidenciou André Almeida, um dos capitães de equipa, já depois de Bruno Lage ter falado na importância desse momento no balneário mas sem querer revelar grandes pormenores… que seriam tornados públicos poucos minutos depois.

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“Tivemos dificuldades fundamentalmente pela qualidade do adversário. [O Santa Clara] é uma equipa muito interessante e já nos tinha causado muitos problemas no jogo do título na época passada. Tem saídas a dois e a três, procura espaços entre linhas e sabíamos que podíamos procurar esses espaços. Faltou essa verticalidade. Depois conseguimos fazer muito melhor na segunda parte. Penso que acabámos por ser justos vencedores, perante um adversário muito competente”, começou por referir o técnico na flash interview da Sport TV, antes de falar da tal intervenção ao intervalo e da importância de novo triunfo antes de nova paragem para as seleções.

“Tivemos de mexer com questões táticas, com a entrada do Vinicius, e depois mexer também com a emoção dos jogadores. É um assunto particular, que fica entre nós, mas tivemos que procurar a solução tática e emocional. Correu da melhor maneira porque viu-se a equipa completamente diferente na procura do que pretendíamos, de chegar o mais rapidamente possível ao empate e depois à vitória”, disse, prosseguindo: “Temos sempre de fazer a análise das várias competições. Tínhamos o objetivo claro de fazer este ciclo de jogos a vencer. Estamos neste momento na liderança mas temos um longo percurso a fazer para reentrarmos outra vez fortes nas competições, que começam com a mesma sequência: Taça de Portugal, Liga dos Campeões e Campeonato”.

Com o triunfo frente ao Santa Clara, Bruno Lage somou a 14.ª vitória consecutiva como visitante na Primeira Liga, estando assim a apenas duas do recorde absoluto do clube, ao mesmo tempo que leva um total de 85 em 90 pontos possíveis ganhos desde que assumiu o comando do Benfica, em janeiro de 2019. Recorde à vista para o técnico, recordes conseguidos por Pizzi, médio que voltou de novo a ser fundamental na vitória dos encarnados.

“Já sabíamos que o Santa Clara nos ia dificultar muito a vida, é uma equipa que tem bons jogadores e é difícil jogar neste campo. Não fizemos uma primeira parte como pretendíamos, tivemos uma grande reação na segunda parte e acabámos por vencer um jogo bastante complicado. Apagão? Não houve apagão da nossa parte, cada vez é mais difícil jogar contra as equipa da Liga pois todas têm excelentes jogadores e muito bons treinadores, como é o caso do Santa Clara. Fecham-se muito bem e cada vez temos mais dificuldades em entrar. Temos de dar os parabéns a este grupo pela série de vitórias que nos garante a liderança”, analisou na zona de entrevistas rápidas.

“Melhor marcador? Não penso nisso, de todo. Só penso em ajudar a equipa e tive a felicidade de fazer a assistência para o Vinicius e marcar o golo que nos deu a vitória. Quero aproveitar para dedicá-lo ao Cristhian, ao Wilmer e ao Werner, que são três meninos que nos apoiaram desde o primeiros momento”, completou. A pensar ou não, a verdade é que o internacional português, que somou o quinto jogo da temporada com um golo e uma assistência, lidera nesta altura a tabela dos melhores marcadores do Campeonato com oito golos e esteve ainda envolvido em mais quatro com passes decisivos que fazem de Pizzi o jogador mais influente da prova.