A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar um incêndio florestal que está ativo há mais de 51 horas na freguesia da Ponta do Pargo, extremidade oeste da ilha da Madeira e chegou por vezes a ameaçar habitações, obrigando à retirada dos moradores. Segundo avançou a TVI24, os investigadores encontram-se no local por suspeitas de fogo posto.

Segundo informação disponibilizada na aplicação para telemóvel do Serviço Regional de Proteção Civil, à meia noite desta quarta-feira, encontravam-se a combater o fogo 35 operacionais, apoiados por 16 meios terrestres, de quatro corporações de bombeiros, da Polícia Florestal, do Comando Regional de Operações de Socorro e do Serviço Municipal de Proteção Civil da Calheta.

“Outro teatro de operações é nas Achadas da Cruz, com 28 operacionais e oito meios terrestres”, de uma corporação de bombeiros, Polícia Florestal e GNR.

Neste local, os meios estão “a realizar uma vigilância ativa”.

Achadas da Cruz está situada entre a Ponta do Pargo e Porto Moniz.

Por volta das 19h00, as chamas estavam a ser combatidas por oito corporações de bombeiros, segundo adiantou à Rádio Observador o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque. De acordo com o Diário de Notícias da Madeira, as chamas estão a descer em direção ao centro da freguesia, aproximando-se das casas. A TSF, que cita um jornalista do DN Madeira, avança que “chegaram a ser retiradas pessoas das suas casas”. O presidente da Junta de Freguesia da Ponta do Pargo, Manuel Costa, descreveu ao DN Notícias que as chamas estão “incontroláveis”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

À Rádio Observador, o presidente do Governo Regional da Madeira garantiu que “não há habitações em risco” e explicou que “a situação é de prevenção”. “Temos as equipas todas no terreno. O fogo continua a lavrar mato, mas as zonas habitacionais e algumas unidades turísticas de turismo de habitação e turismo rural estão salvaguardadas”, disse ainda Miguel Albuquerque, detalhando que, naquela zona, esta terça-feira, estiveram 28°C de temperatura, uma humidade inferior a 30% e ventos de 40 a 50 quilómetros por hora. “A situação está estabilizada e controlada neste momento”, concluiu.

[Ouça aqui as declarações do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, à Rádio Observador]

As notícias das 19h

As ações de combate decorrem no sítio da Corujeira, numa zona de mato e eucaliptos, sendo que as chamas lavram com intensidade e começam a aproximar-se de algumas residências, impelidas pelo vento, por vezes forte, que se faz sentir na zona. Pelo que explicou o comandante dos bombeiros voluntários da Calheta, Jacinto Serrão, à TVI, não ocorria um incêndio nesta zona desde 2015.

Segundo o mais recente balanço do Serviço de Proteção Civil da Madeira, que já montou o Centro de Operações na zona do Amparo, na Ponta do Pargo, pelas 18h00 estavam mobilizados 47 operacionais e 18 meios terrestres dos bombeiros da Calheta (concelho a que pertence a freguesia da Ponta do Pargo), dos Voluntários Madeirenses, dos Voluntários de Câmara de Lobos e dos bombeiros de São Vicence/Porto Moniz, bem como do Corpo da Polícia Florestal, do Comando Regional de Operações de Socorro e do Serviço Municipal de Proteção Civil da Calheta, escreve o DN Notícias.

O incêndio deflagrou inicialmente no sítio da Lombada Velha, às 5h16 desta segunda-feira, e desde então têm ocorrido pequenos focos em várias localidades da freguesia. O tempo quente e seco que se faz sentir na Madeira, com as temperaturas a ultrapassar os 25 graus, ocasionou já vários focos de incêndios rurais um pouco por toda a ilha.