Histórico de atualizações
  • Vamos continuar a acompanhar tudo o que se passa com a evolução do surto do coronavírus Covid-19 aqui. Até já.

  • Número de mortos sobre para 1.357, com mais 242 vítimas num dia

    As autoridades chineses comunicaram a morte de mais 242 pessoas na província de Hubei, o epicentro da nova estirpe do coronavírus, o que eleva assim para um total de 1.310 vítimas mortais só naquela zona do país. Em todo a China já morreram 1.355 pessoas, mais duas fora do país, uma em Hong Kong e outra nas Filipinas , num total global de 1.357.

    Houve também mais 14.840 novos casos de pessoas infetadas, o que faz subir para 48.206 os contagiados em Hubei. Destes 33.693 estão hospitalizados, 1.437 em estado crítico. Mas 3.441 doentes recuperaram e tiveram alta hospitalar.

    Em todo o mundo, o nível de pessoas contagiadas é agora superior a 60 mil.

  • Organização dos Jogos Olímpicos em Tóquio está "preocupada" com coronavírus

    Apesar de ter garantido que os Jogos Olímpicos não estão ameaçados “por enquanto” pelo surto do novo coronavírus, Toshiro Muto, chefe do comité organizador de Tóquio 2020, já admitiu estar “preocupado com a propagação” do agente patogénico: “Pode diminuir a atmosfera e a dinâmica da organização dos Jogos. Espero que isso seja resolvido o mais rápido possível”.

    A organização dos Jogos Olímpicos e as autoridades de saúde vão reunir esta semana para discutir medidas de prevenção. Mas mesmo sem o receio de um cancelamento iminente dos Jogos Olímpicos, agendados para 24 de julho a 9 de agosto, o surto já está a ter consequências indiretas no evento. A Chinada, agência antidoping chinesa, suspendeu os controlos antidoping dos atletas após a decisão da Organização Mundial de Saúde de decretar um estado de emergência sanitária no país.

  • Suspeita-se que coronavírus pode espalhar-se pelas tubagens dos prédios

    As autoridades chinesas estão a analisar se o novo coronavírus, COVID-19, pode espalhar-se através das tubagens dos prédios, conta a CNN. As suspeitas começaram quando uma mulher de 62 anos, residente num apartamento em Hong Kong, ter sido diagnosticada apenas uma semana e meia depois de um vizinho de 75 anos também ter dado entrada no hospital com o novo coronavírus. Além dela, também o filho e o marido estão doentes.

    O homem e a mulher não se tinham cruzado nos últimos tempos e viviam separados por 10 andares, mas partilhavam o mesmo bloco do prédio. Todos os apartamentos desse bloco — são 30 andares os que compõem a habitação — foram evacuados por precaução. Embora não haja certezas sobre se o COVID-19 sobrevive percorrendo as canalizações, sabe-se que o coronavírus na origem da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) tinha essa capacidade, o que contribuiu para o agravamento da doença.

  • Dalai Lama cancela aparições públicas por causa do coronavírus

    O Dalai Lama cancelou a presença em todos os eventos públicos por causa do surto do novo coronavírus. A cerimónia de ordenação dos monges em que iria participar foi cancelada e adiada para uma data que ainda não foi anunciada. Num comunicado oficial, o gabinete de comunicação de Dalai Lama confirmou que a decisão prende-se com preocupações sobre a evolução do surto: “Devido à deterioração do surto da doença viral que se originou na China, o médico pessoal da Sua Santidade e os consultores aconselharam um adiamento de todo o envolvimento público por enquanto; e Sua Santidade concordou devidamente em adiar ainda mais a sua agenda pública”.

  • Estados-membros da UE vão propor mais coordenação

    Os Estados-membros da União Europeia (UE) vão propor esta quinta-feira um reforço da coordenação para fazer face aos riscos ligados ao novo coronavírus, segundo um projeto de conclusões obtido hoje pela agência France-Presse.

    O texto deve ser adotado, com eventuais modificações, pelos ministros europeus da Saúde, que se reúnem de urgência na quinta-feira em Bruxelas para discutir medidas contra a propagação do vírus Covid-19, com 35 casos identificados na UE e que já provocou mais de mil mortes na China. “A eficácia de medidas nacionais adotadas nas fronteiras e nos pontos de entrada da UE para proteger a saúde pública (…) pode ser melhorada com o reforço da coordenação já em curso entre os Estados-membros e a Comissão”, afirma-se no documento.

    Os Estados membros apelam a que se aja em conjunto, de “maneira proporcional e apropriada”, em particular para “fornecer informações e conselhos necessários às pessoas com maior risco de ter o vírus”, garantindo ao mesmo tempo a livre circulação dentro da UE. Querem ainda que sejam fornecidas informações em toda a UE aos viajantes internacionais, à sua chegada ou em trânsito, vindos de países já afetados, e que seja possível localizar essas pessoas.

    Os países devem também “partilhar em permanência as informações sobre a evolução do vírus” através de “estruturas europeias e internacionais existentes”. E pretendem lutar contra a desinformação, que pode, nomeadamente, levar à discriminação. A epidemia já provocou reações anti-asiáticas em vários países. A Comissão é pelo seu lado encarregada de estudar a possibilidade de “facilitar o acesso necessário aos equipamentos de proteção individual que os Estados-membros precisem, para reduzir ao mínimo as possíveis faltas”.

    Fonte europeia citada pela AFP disse que um Estado-membro ainda tem reservas sobre as conclusões, mas acrescentou que está confiante que o documento será adotado.

    A reunião de ministros, que inclui a ministra saúde de Portugal, Marta Temido, e que também junta as comissárias Stella Kyriakides (Saúde), e Janez Lenarcic (Gestão de Crises), e um representante da Organização Mundial de Saúde, deve começar às 10:00 (09:00 em Lisboa).

    (Lusa)

  • Médicos em Wuhan estão a usar fraldas para não interromper os turnos

    Os médicos chineses em Wuhan, no epicentro do surto com o novo coronavírus, estão a usar fraldas para não interromperem os turnos de trabalho caso tenham vontade de ir à casa de banho. A confirmação foi dada por Han Ding, diretor do Hospital Xiehe de Pequim, ao South China Morning Post.

    “Quando médicos e enfermeiros estão na enfermaria, não podem comer, beber ou ir à casa de banho. Caso precisem de urinar, usam as fraldas e lavam-se quando terminar o turno”, descreveu o médico recrutado para ajudar no combate ao surto de COVID-19 em Wuhan.

    É um desconforto que se junta aos das irritações provocadas pelas máscaras protetoras e que os médicos estão proibidos de retirar durante todo o turno. Ao fim do dia, a pele do rosto apresenta-se inchada, vermelha e irritada. Há casos de médicos que começaram a sangrar do rosto à conta das máscaras.

  • OMS diz que é muito cedo para prever fim da epidemia

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje que ainda é “muito cedo” para prever o fim da epidemia causada pelo novo coronavírus Covid-19.

    Penso que é muito cedo para tentar prever o início, o meio ou o fim dessa epidemia”, disse aos jornalistas o chefe do departamento de urgências de saúde da OMS, Michael Ryan.

    Ryan falava em conferência de imprensa na sede da OMS, em Genebra, onde estão reunidos centenas de especialistas na busca de uma forma de conter o coronavírus.

    O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “o número de novos casos relatados na China estabilizou na semana passada”, mas adiantou que tal deve ser “interpretado com muita prudência”. “Esta epidemia pode ir em qualquer direção”, disse o responsável.

    O Presidente chinês, Xi Jinping, saudou hoje o “desenvolvimento positivo” da epidemia, com o número de novos casos a cair durante três dias, ainda que o total de vítimas ultrapassem as 1.100.

    Na conferência de imprensa em Genebra Michael Ryan também se referiu ao que parece ser a estabilização do número de novos casos, devido principalmente ao que disse ser a enorme operação de saúde pública na China, com 60 milhões de pessoas em quarentena.

    Agência Lusa

  • Teste de diagnóstico desenvolvido pelos EUA não funciona

    O teste de diagnóstico do novo coronavírus Covid-19 desenvolvido pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, distribuído a nível interno mas também por vários países, não funciona, anunciou hoje uma responsável daquele organismo.

    O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) norte-americano desenvolveu um kit de diagnóstico para o novo vírus, identificado pela primeira vez na China no final do ano, e começou a enviar, em 5 de fevereiro, o teste para laboratórios certificados em cada um dos 50 estados do território norte-americano, de forma a acelerar a deteção local de potenciais casos de infeção. O kit de diagnóstico também foi disponibilizado para outros cerca de 30 países.

    Vários laboratórios nos Estados Unidos constataram, no entanto, durante os procedimentos regulares de verificação, que o teste podia produzir resultados inconclusivos, nem positivos e nem negativos.

    Certos estados obtiveram resultados laboratoriais inconclusivos”, declarou a diretora de departamento de doenças respiratórias do CDC, Nancy Messonnier. “Pensamos que um dos três reagentes não está a funcionar de forma uniforme”, referiu, concluindo: “É por isso que estamos a trabalhar na reformulação desse reagente”.

    A administração norte-americana disse na terça-feira que um grupo de 36 países tinha encomendado o kit de diagnóstico, mas o CDC (agência do Departamento de Saúde norte-americano) não forneceu uma lista pormenorizada.

    Enquanto se aguardam novos desenvolvimentos, os testes ao novo coronavírus realizados nos Estados Unidos vão continuar a ser efetuados em Atlanta, na sede do CDC.

    Agência Lusa

  • Primeiro caso de coronavírus em Londres, avançam jornais britânicos

    Foi registado um caso de coronavírus em Londres, Inglaterra, confirmou o The Guardian. É o primeiro infetado por COVID-19 na capital inglesa de que há conhecimento. O paciente será uma mulher de nacionalidade chinesa e terá sido diagnosticado esta tarde. Está a caminho do hospital.

  • Papa pede oração para que China supere "doença cruel"

    O Papa Francisco pediu hoje orações pelos “irmãos chineses” para que possam curar-se da “doença cruel”, referindo-se ao novo coronavírus.

    Que eles possam encontrar o caminho para a recuperação o mais rápido possível”, afirmou Francisco.

    O Papa já tinha demonstrado a sua solidariedade e proximidade com as pessoas afetadas com uma mensagem no final da oração de Angelus, em 26 de janeiro, na Praça de São Pedro, no Vaticano e hoje voltou a tocar na questão durante a audiência geral.

    Agência Lusa

  • Vídeo: Pelo menos 174 infetados em navio atracado no Japão

    Continua a subir o número de infetados no cruzeiro Diamond Princess, que está atracado há 9 dias no porto de Yokohama, no Japão, com milhares de pessoas em quarentena. Há 8 portugueses a bordo entre as 3.700 pessoas que viajavam no navio.

  • 24 alunos do Politécnico de Leiria regressam a Portugal por não terem aulas na China

    Vinte e quatro estudantes do Politécnico de Leiria que estudam em Macau e Pequim regressaram a Portugal por estarem sem aulas, que estão suspensas por tempo indeterminado devido ao coronavírus, confirmou hoje a instituição universitária.

    O Politécnico de Leiria tem uma licenciatura em Tradução e Interpretação Português-Chinês/Chinês-Português em que os estudantes portugueses, obrigatoriamente, passam um ano em Macau e um ano em Pequim. Pelo adiamento, por tempo indeterminado, do início do segundo semestre, os nossos estudantes, com o nosso apoio, decidiram regressar a Portugal”, disse à agência Lusa o presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, numa resposta por escrito.

    Segundo o presidente do Politécnico, os estudantes tiveram ainda o acompanhamento e suporte da embaixada de Portugal. “Numa articulação com as autoridades de saúde, 21 estudantes chegaram no dia 10 de fevereiro. Estes estudantes foram recebidos pelo Politécnico de Leiria no aeroporto, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde”, adiantou. Outros três estudantes de Macau já tinham chegado anteriormente e “foram sujeitos a um rastreio antes de virem para Portugal”.

    “Em relação a esta situação, o Politécnico de Leiria recebeu os estudantes no aeroporto e está a seguir todas as recomendações das autoridades locais de saúde”, referiu ainda Rui Pedrosa. O presidente assegurou ainda que o Politécnico de Leiria “está a acompanhar de perto esta situação e tem feito comunicações regulares com a comunidade académica de modo a manter a tranquilidade e normalidade no seu funcionamento”.

    Agência Lusa

  • Coronavírus parece não se transmitir das grávidas para os fetos

    Um novo estudo publicado esta quarta-feira na revista científica The Lancet diz haver indicações, embora preliminares, de que o novo coronavírus parece não ser transmissível das grávidas infetadas para os fetos em gestação. Os cientistas analisaram o caso de nove mulheres grávidas com o COVID-19 que deram entrada no Hospital de Wuhan entre 20 e 31 de janeiro para dar à luz. Apesar de todas elas apresentarem sintomas das pneumonias causadas por este vírus, como tosse ou febre, os bebés, nascidos de cesariana, estavam saudáveis e testaram negativo para o COVID-19.

    Como a amostra analisada é muito pequena, este estudo não pode ser considerado conclusivo. No entanto, é dos primeiros a estudar cientificamente a dinâmica do novo coronavírus em mulheres grávidas e nos recém-nascidos.

  • Funcionário do governo japonês contrai novo coronavírus após visitar cruzeiro de quarentena

    Um funcionário do Ministério da Saúde japonês contraiu o novo coronavírus depois de ter subido a bordo do cruzeiro Diamond Princess para inspecionar os tripulantes em quarentena. A embarcação está atracada há uma semana na costa de Yokohama porque 175 dos 3.600 passageiros está infetada com o agente patogénico. Quando testam positivo, os doentes são levados para o hospital, mas os restantes passageiros permanecem a bordo por receio que também estejam infetados.

    Esta quarta-feira foram registados mais 39 infetados a bordo do Diamond Princess. O membro do governo japonês que testou positivo para o novo coronavírus já não estava no interior do cruzeiro.

  • Maior banco de Singapura retirou 300 funcionários da sua sede

    O DBS, maior banco de Singapura, retirou hoje 300 funcionários da sua sede, depois de saber que um funcionário tinha sido infetado pelo novo coronavírus, anunciou a organização.

    Até ao momento, foram detetados 47 casos de pneumonia causada pelo novo coronavírus, Covid-19, em Singapura, fazendo desta cidade-estado o país com mais casos no sudeste da Ásia.

    Como medida de precaução, (…) assegurámo-nos de que todos os nossos funcionários no andar afetado do Marina Bay Financial Center tinham saído do escritório, para ficarem a trabalhar em casa”, disse esta quarta-feira o DBS, num comunicado.

    O banco acrescentou ainda que a área afetada está a ser cuidadosamente desinfetada, de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde.

    Lusa

  • Camboja disponível para receber cruzeiro holandês com mais de duas mil pessoas a bordo

    À sexta tentativa foi de vez. O cruzeiro MS Westerdam recebeu ‘negas’ da Tailândia, do Japão, de Taiwan, das Filipinas e de Guam — território americano — depois de ter realizado uma escala em Hong Kong há menos de duas semanas, mas vai poder atracar em Sihanoukville, no Caboja.

    Não há qualquer registo de passageiros ou membros da tripulação infetados pelo coronavírus, mas os receios que as pessoas a bordo possam estar ainda durante o período de incubação do vírus levaram os cinco países a negar a entrada no cruzeiro nos seus portos.

    A bordo estão 1.455 passageiros e 802 membros da tripulação. De acordo com a companhia Holland America Line, os passageiros vão desembarcar na quinta-feira em Laem Chabang para serem depois transferidos para Bangkok onde poderão apanhar os aviões de regresso aos países de origem.

    Com Reuters

  • OPEP prevê recuo de 19% no consumo estimado de petróleo para 2020

    A epidemia do coronavírus vai provocar um recuo de 19% no consumo estimado de petróleo para 2020, anunciou hoje a OPEP, que adverte que o impacto desta crise adiciona incerteza ao futuro da economia global.

    “A principal razão para esta revisão do crescimento da procura e, portanto, da procura de petróleo da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), é o surto do coronavírus e do esperado impacto na procura de petróleo da China, e, por extensão, do mundo”, sublinha o grupo na análise do mercado, hoje divulgada em Viena.

    O novo cálculo põe o consumo mundial de petróleo durante este ano em 100,73 milhões de barris por dia, menos 230.000 barris por dia do que a estimativa feita em janeiro.

    “Prevê-se que o crescimento da procura de petróleo na China desacelere em relação ao passado, refletindo uma menor atividade económica”, afirma o relatório, sublinhando que na revisão pesam especialmente as mudanças do consumo de combustível para transporte, especialmente o aéreo.

    A OPEP sublinha que o momento do aparecimento do surto, quando milhões de chineses viajam para visitar as suas famílias devido às festividades do Ano Novo lunar “exacerbou o impacto na procura do combustível de transporte”.

    A OPEP sublinha que a procura da China, um dos principais consumidores de petróleo do planeta, será na primeira metade do ano inferior em 200.000 barris por dia do que o esperado até agora.

    “O impacto do surto do coronavírus na economia da China adicionou incerteza em relação ao crescimento económico mundial em 2020 e por extensão do crescimento da procura de petróleo”, sublinha a OPEP, que defende que será necessário continuar a acompanhar o desenvolvimento da situação para perceber as implicações no mercado petrolífero este ano.

    O comité técnico da OPEP e dos seus aliados (OPEP+), presidido pela Arábia Saudita e Rússia, recomendou já na segunda-feira cortes adicionais à produção durante o segundo trimestre do ano para fazer frente à queda da procura de petrolífera devido ao surto do coronavírus.

    Agência Lusa

  • Como o evento mundial da Samsung se preparou contra o coronavírus

    Desinfetante das mãos, uma câmara térmica e muitas máscaras. No “Unpacked”, o evento mundial da Samsung em São Francisco, foram implementadas várias medidas devido ao surto de coronavírus, o Manuel Pestana Machado está lá e conta-lhe tudo.

    Como o evento mundial da Samsung se preparou contra o coronavírus

  • Diferenças entre gripe e Covid-19 são fosso entre desconhecido e expectável

    As diferenças entre a gripe comum e o novo coronavírus (batizado como Covid-19) resultam essencialmente da comparação entre o desconhecido e o expectável, como explica o pneumologista Filipe Froes, coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos para o Covid-19.

    O vírus da gripe circula “há milhares de anos na população humana”, enquanto o novo coronavírus – Covid-19 – só surgiu nos seres humanos há poucos meses, estando ainda num processo de adaptação ao homem.

    “Para a quase totalidade dos seres humanos e para o seu sistema imunitário este vírus é totalmente desconhecido. Embora todas as doenças infecciosas tenham uma componente de incerteza, as diferenças entre a gripe e o novo coronavírus resultam da comparação entre o conhecido e o expectável, do lado da gripe, com o desconhecido e o imprevisível do Covid-19”, disse Filipe Froes à agência Lusa, admitindo que esta é uma das questões que lhe tem sido muitas vezes colocadas no último mês.

    As diferenças entre conhecimento e desconhecimento têm um grande impacto nas questões essenciais: na epidemiologia (Quem, Quando e Como), no tratamento e na prevenção.

    “Para a gripe sabemos quem é mais afetado e quem tem maior risco de desenvolver formas graves de doença, quando ocorre a doença e quando e como se transmite. Sabemos o período de incubação e o período de contágio”, lembra Filipe Froes, que é pneumologista e intensivista no hospital Pulido Valente.

    Para o novo coronavírus, a informação sobre a severidade e formas de transmissão é “muito preliminar”, “limitada a pequenos subgrupos” ou então inexistente.

    Também em relação ao tratamento e prevenção as diferenças entre gripe e o Covid-19 “são totais”.

    “Em Portugal estão disponíveis dois fármacos específicos para a gripe (oseltamivir e zanamivir). E todos os anos são produzidas, a nível mundial, várias centenas de milhões de diferentes tipos de vacinas contra a gripe com os padrões de eficácia e segurança exigidos pelas autoridades regulamentares. Para o novo coronavírus serão necessários muitos meses ou anos até haver vacinas e fármacos com eficácia e segurança validada e em quantidade para suprir as necessidades à escala global”, explica o coordenador do gabinete de crise da Ordem do Médicos e membro da ‘task force’ da Direção-geral da Saúde para a infeção pelo novo vírus.

    Perante a imprevisibilidade do novo surto ou epidemia, Filipe Froes avisa que é essencial manter um estado de “atenção, precaução e preparação”.

    O perito lembra ainda que este tipo de situações são “recorrentes e representam um desafio perpétuo para a Humanidade”, até porque se trata do terceiro surto com coronavírus só nos últimos vinte anos.

    “Temos de saber aprender e crescer com estas situações. Eu não sei como é que este terceiro surto vai acabar, mas uma coisa é certa: espero estar mais bem preparado para o próximo. Seja o quarto de coronavírus ou de outro microrganismo”, refere.

    Agência Lusa

1 de 3