O Presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse este domingo que não acredita que os Estados Unidos entrem em guerra com o seu país, já que isso iria prejudicar a candidatura a reeleição do Presidente Donald Trump, em novembro próximo.

Teerão e Washington estão envolvidos numa escalada de tensão há vários meses, tendo chegado perto de conflito aberto quando, em janeiro, um ataque aéreo norte-americano matou Qassem Soleimani, um importante general iraniano, provocando ataques retaliatórios por parte do Irão.

Este domingo, numa conferência de imprensa, o Presidente iraniano disse que, apesar do clima de tensão, Trump sabe que um conflito militar com o Irão “arruinará” as suas hipóteses de vencer as eleições presidenciais do próximo mês de novembro.

Hassan Rouhani acrescentou que a guerra seria prejudicial aos interesses norte-americanos e dos seus aliados regionais, como os Emirados Árabes Unidos, Baherein e o Qatar.

“Penso que os americanos não irão procurar a guerra. Eles sabem o mal que isso lhes provocaria”, explicou o líder iraniano.

A escalada de violência iniciou-se quando os Estados Unidos se retiraram do acordo nuclear com o Irão, em 2018, iniciando uma série de vagas de sanções económicas que, em retaliação, levaram o regime de Teerão a retomar o seu programa nuclear.

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O Presidente Donald Trump tem recusado negociar com o Governo iraniano, até que eles aceitem travar o programa nuclear, enquanto Teerão diz que não parará o seu plano enquanto os Estados Unidos não retirarem as sanções, criando um difícil impasse.

“Acredito que, um dia, finalmente, o nosso inimigo se sentará à mesa das negociações”, disse hoje o Presidente iraniano, referindo-se aos EUA.

Hassan Rouhani incentivou os iranianos a comparecerem em grande número às urnas nas eleições parlamentares que decorrem na próxima sexta-feira, alegando que uma forte manifestação de apoio ao Governo será o melhor desafio a Washington.

“Certamente que eles ficariam satisfeitos com uma eleição pouco participada”, explicou o líder iraniano.

As eleições parlamentares no Irão são vistas como um teste à popularidade do regime moderado e reformista de Rouhani, cujo Governo tem lutado por cumprir a promessa de melhorar a qualidade de vida das pessoas, apesar do forte impacto das sanções económicas internacionais.