Tem sido um dos tópicos mais abordados nas intervenções públicas dos três candidatos à presidência do FC Porto. A criação de uma equipa, de uma estrutura e de um projeto em modalidades em que o clube não está inserido é uma das bandeiras de Nuno Lobo, que abordou desde logo o futsal e o futebol feminino, tem sido abordada por José Fernando Rio e foi também tema para Pinto da Costa, que abriu a porta a novos desafios e lembrou que esse passo foi dado recentemente no ciclismo e no voleibol feminino.

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As duas modalidades apresentadas como exemplo por Nuno Lobo, o futsal e o futebol feminino, têm ainda uma agravante: são duas vertentes em que Sporting e Benfica, os dois principais rivais do FC Porto, lutam entre si pela conquista das competições nacionais. Uma entrada dos dragões em qualquer um dos setores seria não só um salto de competitividade como também mas uma modalidade em que os “três grandes” poderiam disputar a três os títulos. E agora, Ricardinho, o melhor jogador português de futsal de sempre, revelou que já falou várias vezes com Vítor Baía — que está agora na lista de Pinto da Costa às eleições — sobre a possibilidade de o FC Porto criar uma equipa.

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“Espero que aconteça, seja quem for o presidente do FC Porto. Já tive a oportunidade de falar várias vezes com o Vítor Baía, que está dentro da equipa do atual presidente Pinto da Costa, e ele sempre disse que gostava de ver uma equipa de futsal no clube. Seria bom para o futsal português a entrada de outra equipa ‘grande’ e seria outra porta de trabalho aberta para melhorar o futsal no norte do país”, disse Ricardinho durante o programa “Futsal Talks”, transmitido no Instagram, ressalvando, porém, que não está disponível para um eventual projeto dos dragões, já que assinou por três anos com o ACCS Paris.

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No mesmo momento, o jogador de 34 anos revelou que está algo “desiludido” com os responsáveis do Inter Movistar, o clube que vai deixar já a partir da próxima temporada, quando se juntar aos franceses do ACCS Paris — para onde vai também Bruno Coelho, internacional português e até aqui capitão do Benfica. Ricardinho desvendou que os dirigentes só o contactaram uma vez desde o início do isolamento e que, na sua opinião, merecia mais atenção. “Lamento esta falta de contacto. Desde que entrámos em quarentena, só falaram comigo na primeira semana. Já não sei se ou não jogador do Inter. É esta a despedida que mereço? Acho que merecia mais carinho, uma simples mensagem a perguntar se está tudo bem. Estou desiludido, mas estarei sempre agradecido a este clube”, explicou.

Sobre a Seleção Nacional, Ricardinho confirmou que tinha pensado deixar o futsal internacional este ano, depois do Mundial que acabou por adiado para 2021 devido à pandemia. “Sei que há muita gente que não está de acordo, como o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, mas esta aposta na formação é para alguma coisa”, atirou, destacando que quer retirar-se para dar lugar aos jogadores mais novos. O capitão da seleção portuguesa confessou ainda o desejo de conquistar o Mundial — depois da vitória no Europeu, em 2018 — mas explicou que só quer jogar enquanto se sentir “útil”. “Tenho de ser eu a sentir-me útil, não é o treinador. Que me adianta ir à seleção por ser útil para dois minutos se sinto que posso jogar mais e esses dois minutos podem ser dados a um jogador da formação?”, questionou Ricardinho.