O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu deferir o pedido do juiz Paulo Registo para ser afastado do processo do alegado hacker Rui Pinto. O juiz tinha solicitado o afastamento do processo há cerca de um mês, quando surgiram denúncias nas redes sociais de que teria interagido com publicações que criticavam o responsável pelas plataformas Football Leaks e Luanda Leaks e ainda Ana Gomes, ex-eurodeputada que tem sido uma das principais defensoras de Rui Pinto.

Segundo o acórdão da Relação de Lisboa, a que a Agência Lusa teve acesso, os juízes desembargadores acordaram “em deferir o pedido de escusa [afastamento], dispensando o Dr. José Paulo Abrantes Registo de tramitar e proceder ao julgamento” do processo. Segundo o jornal Expresso, a juíza Margarida Alves será a substituta.

De recordar que Paulo Registo também faz parte do coletivo de juízos que vai julgar o caso e-toupeira, que envolve Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica. Há um mês, segundo a Agência Lusa, o juiz decidiu que “tendo em conta o que saiu na comunicação social” deveria ser um tribunal superior a decidir de tinha ou não “condições” para julgar Rui Pinto.

Football Leaks. Defesa de Rui Pinto pede afastamento do juiz Paulo Registo

“São também levantadas suspeitas no sentido destes dois processos terem sido intencionalmente distribuídos” a si próprio, acrescentava Paulo Registo, “no sentido de beneficiar o Sport Lisboa e Benfica” no caso em que Rui Pinto é acusado de mais de 90 crimes, incluindo tentativa de extorsão e invasão do sistema informático de várias entidades. Na altura, a defesa do alegado hacker mostrou-se “satisfeita” com o pedido de afastamento do juiz.

Em causa está então uma denúncia partilhada no Twitter por Pedro Bragança, um dos administradores da página “Truques da Imprensa Portuguesa”. Paulo Registo publicou várias fotografias com camisolas e cachecóis do Benfica e terá colocado likes em publicações que chamavam “pirata” a Rui Pinto e “heroína” a Ana Gomes, em tom irónico.

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