O treinador do Benfica, Bruno Lage, pretende que a equipa sinta os adeptos presentes “de coração” no Estádio da Luz, na quinta-feira, quando subir ao relvado para o confronto com o Tondela, da I Liga portuguesa de futebol.

A partida da 25.ª jornada será disputada à porta fechada, como forma de prevenção contra a pandemia de Covid-19, e o técnico mal consegue imaginar a Luz com as bancadas despidas, mas recorreu a uma conversa que teve recentemente com um adepto que o deixou “com mais energia”.

“Porque a resposta dele foi apenas isto: não vamos estar lá fisicamente, mas vamos estar de coração. E é isso que a equipa tem de sentir. É pensarem que os adeptos não estão lá, mas estão a ver-nos jogar”, disse o técnico na conferência de imprensa de lançamento do encontro.

Mas apesar de considerar que “um estádio tão bonito e sem os adeptos é quase faltar a alma do que é o Benfica”, Bruno Lage não quer precipitações na hora de reabrir os portões dos estádios.

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O técnico admitiu que preferia que estivessem presentes “nem que fosse um terço” dos apoiantes, mas sublinhou que é preferível continuar a dar “passos seguros” no desconfinamento.

“As coisas têm sido feitas com consciência. Vamos abrir com público, fazer as coisas à pressa, e depois dar três passos atrás? Depois quem é que se vai responsabilizar? Se houver uma desgraça, quem sofre as consequências não somos nós”, lembrou o técnico.

Outra questão que não vai ser igual no regresso do futebol, após o desconfinamento, é a possibilidade de os treinadores efetuarem cinco substituições a partir da 26.ª jornada, uma medida do agrado de Lage, apesar das vozes contrárias que indicam que pode favorecer as “equipas com mais recursos”.

“Pode acontecer, mas também se pode refrescar a equipa, mesmo não tendo um plantel tão forte. Há pontos a favor e contra. Para um jogador que fica fora dos convocados o sentimento é muito semelhante ao do adepto que não pode ir ao jogo. Prefiro ter a possibilidade de ter mais gente envolvida, dar mais minutos e sentimento de pertença”, justificou.

Sobre a preparação da equipa, o treinador das águias garantiu que no último jogo de treino, no Estádio da Luz, preparado “ao pormenor” para que os jogadores sentissem que era um jogo, “apesar de estarem a defrontar companheiros”, sentiu a equipa com um “ritmo muito bom”, refutando, desta forma, a possibilidade de a longa paragem vir a ter reflexos a nível de lesões.

Por falar em lesões, Bruno Lage sublinhou várias vezes que a paragem “não foi benéfica para ninguém”, apesar de ter permitido “recuperar jogadores” como Gabriel e André Almeida, e assumiu que é importante entrar bem nos primeiros jogos porque “se a entrada for forte, as distâncias pontuais podem aumentar”, mas colocou também o foco nas partidas seguintes.

“Os jogos são todos importantes. Entrar bem e depois ao quarto, quinto ou sexto jogo, em que a fadiga vai ser acumulada e o tempo de recuperação menor, também vai ser muito importante, porque as distâncias [entre os jogos] são muito curtas e podemos perder alguém por lesão ou até por ser infetado”, assinalou Bruno Lage.

Quanto ao Tondela, trata-se, segundo o técnico campeão nacional, de um “adversário competente” que tem feito um “percurso interessante” e tanto pode apresentar-se “com uma linha defensiva de cinco ou em 4x3x3”, mas sempre com “homens perigosos na transição”.

O Benfica recebe o Tondela quinta-feira, às 19h45, em jogo da 25.ª jornada da I Liga que marca o regresso de ambas as equipas à competição, quase três meses após a suspensão do campeonato devido à pandemia de Covid-19.

Os encarnados seguem no segundo lugar com 59 pontos, menos um do que o líder FC Porto.