O Centro Cultural de Belém (CCB) espera assinar ainda este ano o contrato com a construtora Mota Engil, para a construção e exploração de um hotel e zona comercial nos módulos que faltam ao edifício original.
Em declarações esta quarta-feira à agência Lusa, à margem da apresentação da nova temporada do CCB, o presidente do conselho de administração, Elísio Summavielle, admitiu atrasos no processo e explicou que o contrato com a construtora está “em fase de discussão/ultimação”.
Estes concursos são morosos, há muitos pormenores e detalhes jurídicos na construção do contrato. Depois houve esta contingência [da pandemia da Covid-19] que, de certo modo, atrasou a negociação, causou alguma perturbação no ritmo das coisas”, admitiu Elísio Summavielle.
Há um ano, em setembro de 2019, Summavielle explicava aos jornalistas que a intenção era ter aquele contrato assinado até ao final desse ano, até porque a efetivação do acordo implica o pagamento de de 300 mil euros de renda anual ao CCB, mas tal não aconteceu.
“A nossa ambição é chegar ao final do ano [de 2020] com este assunto resolvido e o contrato assinado. Ao fim de 27 anos, este problema estava por resolver. (…) Só falta o quase. A Mota Engil está empenhada neste projeto, e daqui por três anos, quando o hotel estiver pronto, esperamos que haja uma realidade nova”, disse.
A construtora Mota-Engil foi a única a apresentar um projeto para a construção e exploração de um hotel e de uma zona comercial, com lojas e escritórios, nos módulos 4 e 5 do Centro Cultural de Belém, previstos no projeto arquitetónico inicial e nunca concretizados.
Em 2018, numa entrevista à agência Lusa a propósito dos 25 anos do CCB, Elísio Summavielle afirmava que a conclusão dos módulos 04 e 05 do centro cultural era uma das suas prioridades e grandes ambições, até ao final do mandato.
A concessão para um hotel e espaço comercial tem como objetivo finalizar o projeto original, dos arquitetos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, mas está relacionado também com a necessidade de a Fundação CCB ter mais recursos financeiros próprios.
A construção do hotel dará ao CCB um rendimento mais simpático que nos irá permitir ter uma ambição maior na programação, a tal internacionalização que um equipamento de excelência destes deve fazer, e colocar Lisboa no mapa das grandes atrações performativas da Europa”, sustentou na altura Elísio Summavielle, na entrevista à Lusa.
Até porque, o que está previsto é que, “até ao início da exploração da unidade hoteleira, das lojas e dos escritórios, [a construtora pagará] 300 mil euros/ano [de renda]. A partir do momento em que entre em exploração, são 900 mil euros/ano”, disse.