O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou esta quarta-feira que para se criar um equilíbrio entre a promoção da atividade económica e a preservação dos ecossistemas é necessário “mais conhecimento” e “inovação institucional”.

“Falar no futuro num contexto de pandemia neste âmbito académico é sobretudo falar sobre confiança nos jovens e para os jovens. A pandemia foi um alerta para melhor pensarmos o futuro e isso só se faz com os jovens”, afirmou Manuel Heitor durante a abertura da 3.ª edição da Tomorrow Summit (cimeira do amanhã), evento organizado pela Federação Académica do Porto (FAP), este ano em formato digital.

O ministro defendeu que a construção do futuro passa por criar “um melhor equilíbrio entre a atividade económica e humana e o planeta”.

A criação desse equilíbrio entre a digitalização da sociedade e economia e a preservação da biodiversidade dos ecossistemas enfrenta “vários desafios”, sublinhou Manuel Heitor, destacando a inovação institucional e a criação de mais conhecimento.

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“Os desafios do futuro passam sempre por novo conhecimento, mas são tão complexos que exigem um contexto de inovação institucional. Hoje temos ainda a coexistência de uma verticalização e rigidez institucional que os novos desafios deste equilíbrio não permitem mais e, por isso, a colaboração entre instituições, publicas e privadas, entre diferentes áreas de conhecimento é hoje um desafio importante”, salientou.

A par do conhecimento e da inovação institucional, Manuel Heitor afirmou que o futuro exige repensar e evoluir nas cadeias alimentares, na ciência das nanopartículas e nos métodos de observação por forma a garantir a “privacidade humana”.

“Se é preciso novo conhecimento, colaboração e inovação institucional, temos certamente de garantir novos métodos de observação e processamento da informação, porque se cada vez temos melhor tecnologia para melhor observar a terra, temos também de garantir a questão da privacidade humana. Não podemos admitir que tudo é permitido a não ser com base na valorização da condição humana. É complexo, mas temos de assumir essa complexidade nas relações entre o homem e a tecnologia”, afirmou.

Apesar de considerar os desafios que o futuro reserva “enormes”, o ministro defendeu que são também “grandes oportunidades” para a próxima década, especialmente para o ensino superior.

Manuel Heitor salientou que Portugal tem de “ter mais jovens” no ensino superior, repensar as formações, tornar o ensino “especializado e diversificado” e apostar na internacionalização.

Podemos fazer mais e melhor. Temos uma estratégia para duplicar a participação de Portugal nos programas europeus associado sobretudo à investigação e inovação, e triplicar na próxima década o número de estudantes em mobilidade Erasmus”, afirmou.

A Tomorrow Summit, que decorre até sexta-feira em formato ‘online’, pretende discutir o futuro com base em três pilares, o papel do humano, da máquina e do planeta, centrados em dez desafios tecnológicos da próxima década: competências digitais, ética digital, criatividade aumentada, inteligência artificial, industria 4.0, saúde digital, mercado único digital, ‘smart cities’, sustentabilidade e empreendedorismo.