O Comité Olímpico de Portugal voltou a demonstrar o descontentamento pelo chumbo das propostas de alteração apresentadas, algumas de forma independente e outras em conjunto com o Comité Paralímpico de Portugal e a Confederação de Desporto de Portugal, no âmbito da proposta de lei n.º 61/XIV do Orçamento de Estado para o ano de 2021. A última manifestação foi o envio de cartas aos líder dos grupos parlamentares de PS e PSD, Ana Catarina Mendes e Adão Silva, no sentido de mostrar aquilo que caracteriza como “desconsideração”.

OE2021. COP admite “ações mais musculadas” por parte das federações

“Pese embora tenhamos presente a crise económica e financeira a que o país está exposto em resultado da resposta à crise sanitária instalada pela pandemia por Covid-19 e que, naturalmente, implica uma difícil e criteriosa gestão do equilíbrio entre as duas, o Comité Olímpico de Portugal não poderia deixar de relevar mais uma manifestação política de desconsideração para com um dos setores igualmente afetado por essas crises e face ao qual não foram tomadas medidas que indiciem uma resposta cabal, quer no Parlamento, quer no Governo”, defende a carta, a que o Observador teve acesso, que é nesta parte comum à que chegou aos dois grupos parlamentares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Assim sendo, e apesar da manifesta derrota que o Desporto sofreu com a ausência de aprovação das referidas propostas, o COP permanecerá inamovível na demanda intransigente pela proteção e promoção de um Desporto melhor em Portugal, esperançoso que em tempo oportuno sejam apresentadas as respostas políticas para a sua urgente recuperação”, acrescenta a mesma missiva, que difere apenas na parte introdutória.

Presidente do COP acusa Governo de dar “pouca atenção” ao desporto

No caso do PS, o COP aponta que “salvo melhor entendimento, por pertencer ao partido que assume funções no Governo tem responsabilidade acrescida na inviabilização”. Já em relação ao PSD, diz que “a responsabilidade acrescida” além de ser o maior partido da oposição “ganha contornos reforçados se se tiver em consideração, por um lado, que no seio desse Grupo Parlamentar integram elementos que em Governos transatos exerceram funções na pasta do Desporto e, por outro, que a subscrição das referidas propostas foi condicionada à apresentação de dados específicos do impacto fiscal das mesmas e respetiva compensação por parte do setor quando, salvo melhor leitura, havendo intenção e vontade de secundar essas propostas, seria ao Grupo Parlamentar que caberia estudar tais elementos e fundamentar, de forma mais robusta, as medidas apresentadas”.