Bessa, 76 minutos. Confrontado com um jogo equilibrado e ainda a ganhar pela margem mínima, Rúben Amorim começou a tirar avançados e a colocar médios e trocou Nuno Santos por João Palhinha. Bessa, 79 minutos. Já com o Sporting a ganhar por dois golos, depois de um remate inspirado de Pedro Porro, João Palhinha travou a corrida de Nathan e viu o quinto amarelo na Primeira Liga. Ou seja, em três minutos em campo e na primeira falta que fez, o médio português ficou sem a possibilidade de jogar no dérbi com o Benfica na próxima segunda-feira, em Alvalade.

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Rúben Amorim riu-se ironicamente, João Mário também viu amarelo por protestos e Palhinha, completamente desolado, afastou-se e colocou a cabeça dentro da camisola. Quando Fábio Veríssimo apitou para o final do jogo, confirmando a vitória do Sporting e os consequentes seis pontos de vantagem para o Benfica, a reação do jovem médio foi de tudo menos de alegria: Palhinha saiu de campo em lágrimas, desiludido e enquanto único elemento dos quatro que estavam em risco que não escapou ao quinto amarelo. Coates, Luís Neto e Nuno Santos escaparam e vão poder defrontar os encarnados na próxima jornada.

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Na flash interview, Rúben Amorim não quis comentar o castigo que João Palhinha vai ter de cumprir — apesar de ter garantido que o médio não jogou de início não para evitar o quinto amarelo mas sim para poupar esforços. “Não vou querer comentar isso. O Palhinha não jogou de início porque já vinha desgastado dos últimos dois jogos. É um jogador que corre muito, é muito intenso. Nós não parámos, jogámos em esforço e ele não jogou porque precisava de descansar e quando foi chamado respondeu”, explicou o treinador leonino. Entretanto, no Twitter, o diretor de comunicação leonino Miguel Braga garantiu que o árbitro da partida “errou” ao mostrar o cartão amarelo e adiantou desde logo que o Sporting vai pedir a despenalização do médio.

Sobre o jogo em si, o técnico dos leões referiu que a equipa controlou as ocorrências. “Não tivemos foi muitas oportunidades. A partir do golo, o Boavista saiu, pressionou mais e aí conseguimos definir melhor. Não tivemos eficácia. Podíamos ter resolvido o jogo na primeira parte. Fizemos um excelente jogo, especialmente depois de uma final jogada num relvado difícil. Há que olhar para esta exibição e dar os parabéns à equipa”, atirou Amorim, justificando depois a entrada de vários médios na segunda parte com a necessidade de ter “mais bola”. “Se tivéssemos bola seria mais confortável. O Daniel Bragança é muito forte nisso. O Nuno Santos estava cansado, tirámos um avançado e acabámos com quatro médios. Quisemos guardar a bola, fizemos o segundo golo e o jogo ficou mais tranquilo”, analisou o técnico. Por fim, Rúben Amorim sublinhou que a ideia para o dérbi com o Benfica “será sempre a mesma, vencer” e que os seis pontos de vantagem para os encarnados em nada alteram a importância da partida.

Com esta vitória e os 39 pontos amealhados desde o início da temporada, o Sporting continua invicto, atingiu a terceira melhor pontuação de sempre à 15.ª jornada, só superada pelos 42 pontos de 1946/47 e os 40 de 1939/40 e 1990/91. A sétima vitória em oito jogos fora de Alvalade desde o início da época iguala também o melhor registo do clube, que durava desde 1946/47, e a diferença pontual para o Benfica não era tão grande desde a 13.ª jornada de 2015/16, altura em que o Sporting de Jorge Jesus chegou a ter mais sete pontos do que os encarnados mas acabou por perder o título para a equipa então orientada por Rui Vitória.