Não é propriamente a movimentação de mercado mais habitual mas não só aconteceu como deu frutos. Após um empréstimo ao Sevilha, o AC Milan não encontrou espaço para André Silva e cedeu-o de novo a título temporário ao Eintracht Frankfurt com Ante Rebic a fazer o movimento contrário para a Serie A. Quem ficou a ganhar mais? Neste caso, os dois: o avançado português teve uma segunda volta diabólica e acabou com 16 golos em 37 jogos, o avançado croata começou muito bem a nova aventura e terminou com 12 golos em 30 jogos. Por isso, em mais uma movimentação de mercado pouco habitual, o Eintracht contratou a título definitivo André Silva por cinco milhões de euros, ao passo que o AC Milan garantiu o passe de Ante Rebic por apenas três milhões de euros.

De forma natural, o empréstimo tornou-se uma cedência definitiva nos dois casos mas o impacto na segunda época foi diametralmente oposto. E se Rebic perdeu espaço numa equipa que foi apostando cada vez mais em soluções novas ao lado de Ibrahimovic como Rafael Leão (e Mandzukic, contratação na última reabertura de mercado), André Silva está a atravessar a temporada mais concretizadora desde que saiu do Dragão. Tanto que, poucos meses depois dessa troca, virou notícia como potencial reforço do Atl. Madrid para a próxima época.

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“Continuo a trabalhar no Eintracht com toda a vontade que tenho. As coisas que surgem são sempre motivo de orgulho, porque é sinal que trabalho, que as coisas estão a dar frutos. Mas, neste momento, estou com o meu pensamento e toda a minha vontade a tentar ajudar que o Eintracht faça o melhor percurso na liga alemã. Melhor marcador? Estou muito focado em mim. Os caminhos são todos diferentes e o Lewandowski joga numa equipa completamente diferente. Já joga no Bayern há alguns anos. Estão fartos de ganhar. Ainda agora ganharam o sexto título em seis possíveis num ano. As coisas são completamente diferentes. Tento não me comparar, fazer o meu trabalho e depois vemos quais são os resultados”, comentou em declarações à Sport TV.

Uma coisa é certa: não foi pelo propalado interesse do líder da Liga espanhola que alguma coisa mudou, nem em termos individuais, nem no plano coletivo. E este domingo o português voltou a ser decisivo.

Depois de uma série de nove encontros consecutivos sem vitórias na Bundesliga entre duas derrotas e sete empates, o Eintracht Frankfurt encetou uma fantástica recuperação na tabela classificativa, com oito vitória e um empate nos últimos nove jogos que valeram a ascensão ao terceiro lugar à condição apenas atrás de Bayern e RB Leipzig com 39 pontos, 25 conseguidos nos últimos 27 disputados. E se a equipa está nesta altura com 11 pontos a mais do que na temporada passada e em posição de acesso à Champions, André Silva continua a bater recordes.

O avançado português, a jogar como referência ofensiva num sistema de 3x4x3 com Durm e Kostic a fazerem os corredores laterais e Kamada e Younes no apoio mais direto ao ‘9’ da equipa (quando Jovic joga, o esquema passa para um 3x4x1x2, invertendo a forma ofensiva com duas unidades na frente), voltou a marcar na vitória por 2-0 frente ao Colónia, aproveitando uma bola na área para picar com classe por cima de Horn (57′), inaugurando o marcador antes de N’Dicka fechar as contas de cabeça ao primeiro poste na sequência de um canto (79′). Ao todo, André Silva leva 18 golos em 20 jogos na Bundesliga, sendo o segundo melhor na liga alemã e na Bota de Ouro apenas atrás de Lewandowski (24). Mais: olhando apenas para 2021, o internacional português leva nove golos noutros tantos jogos, com seis golos nas últimas quatro jornadas em que marcou sempre.