O presidente do Belenenses, Patrick Morais de Carvalho, criticou o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), colocado na terça-feira em consulta pública pelo Governo, e a tutela do desporto, que considera ter sido “ignorado e esquecido“. “O desporto vai nu, órfão e completamente ignorado e esquecido pela tutela”, lamentou o dirigente do clube da Cruz de Cristo, numa publicação na sua página pessoal na rede social Facebook.

https://www.facebook.com/patrickmoraiscarvalho/posts/10219481480852632

O PRR de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da Covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.

Nem com o recurso a uma lupa se consegue vislumbrar uma linha que seja dedicada ao desporto e muito menos a intenção de encaminhar um único cêntimo desse montante para os clubes desportivos, as federações desportivas e as organizações promotoras da atividade física que operam no nosso país”, frisou.

Patrick Morais de Carvalho sublinhou também que as tentativas de João Paulo Rebelo em “provar, através de várias intervenções públicas, cada uma mais desastrosa que a outra“, de que é o secretário de Estado do Desporto e da Juventude (SEJD) fracassaram, alegando que “não passou na prova de vida”.

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Plano de Recuperação é “uma desilusão”, diz a Confederação do Desporto

O documento tem sido criticado pelas estruturas desportivas nacionais, nomeadamente Comité Olímpico de Portugal (COP), Confederação do Desporto de Portugal (CDP) e Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), por excluir recomendações de Bruxelas e objetivos da Estratégia Portugal 2030, nos domínios da atividade física e desportiva das populações.

Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro passado e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou na terça-feira a versão preliminar e resumida do PRR em consulta pública, no qual estipula “19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos“.

O executivo justifica que, “com base no diagnóstico de necessidades e dos desafios”, foram definidas três “dimensões estruturantes” de aposta, a da resiliência, da transição climática e da transição digital, às quais serão alocados 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise.

Previsto está que a maior fatia (61%) das verbas do PRR se destine à área da resiliência, num total de 8,5 mil milhões de euros em subvenções e de 2,4 mil milhões de euros em empréstimos.