A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e a Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória formalizaram uma parceria para colaboração dos conteúdos do futuro Museu Nacional Resistência e Liberdade de Peniche, foi esta sexta-feira anunciado.
O protocolo, válido por cinco anos, estabelece que “as peças e documentos que lhe sejam cedidos em regime de depósito e/ou doação para o museu beneficiarão das condições de conservação e exposição exigidas e regulamentadas para o património móvel”, é referido numa nota de imprensa da DGPC.
Já a Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória compromete-se a colaborar na criação de conteúdos, a ceder “gratuita e temporariamente” peças e documentos identificados como relevantes “para completar e enriquecer o museu, em regime de depósito (ou doação)”, bem como a participar em ações de divulgação das exposições, incluindo colóquios, conferências e visitas guiadas específicas.
Ambas as entidades vão colaborar na divulgação das atividades do museu e na realização de eventos.
O Museu da Resistência e da Liberdade, na Fortaleza de Peniche, foi criado em 2017 e veio a abrir portas a 25 de Abril de 2019, com a exposição “Por Teu Livre Pensamento”, que antecipa os conteúdos do museu em construção.
A DGPC lançou concurso, em novembro, para a escolha do diretor e, em setembro, para obras orçadas em 2,8 milhões de euros destinadas à concretização do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, com um prazo de execução de um ano.
O Museu Nacional da Resistência e da Liberdade vai ter um custo final de 4,3 milhões de euros, mais cerca de 800 mil euros do que o inicialmente previsto.
Em abril de 2017, o Governo aprovou um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalar o museu na antiga prisão da ditadura do Estado Novo, destinada a presos políticos.
Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada, pela polémica suscitada, levando a Assembleia da República a defender a sua requalificação, em alternativa.
A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.