Neste mês de maio, a Dom Quixote vai publicar Devastação, o segundo livro de contos de Eduardo Pitta, e Afastar-te, 13 contos de Luísa Costa Gomes sobre água. Na literatura estrangeira, o grande destaque é o lançamento de O Desassossego da Noite, de Marieke Lucas Rijneveld, livro vencedor do International Booker Prize de 2020. Além deste, a editora vai também editar Morte de Jesus, de J. M. Coetzee, Um Coração Convertido, de Stefan Hertmans, autor de Guerra e Terebintina, e uma nova edição de Peter Carmezind, do Prémio Nobel da Literatura Hermann Hesse.

Silvina Ocampo, contista, poeta e cúmplice intelectual de Jorge Luis Borges, permanece em Portugal um “tesouro bem guardado”. Falha que será colmatada com a publicação de A Fúria e Outros Contos, pela Antígona. O volume reúne 34 contos publicados originalmente nos anos 50 em Buenos Aires. Este edição inclui textos introdutórios de Jorge Luis Borges e um prefácio de Alberto Manguel, escrito de propósito para o volume.

Pela Relógio d’Água vão sair os livros Diário da Peste, de Gonçalo M. Tavares, Exalação, de Ted Chiang, O Sonho da Aldeia Ding, de Yan Lianke, Sr. Salário, de Sally Rooney, Vita Nuova, de Louise Glück, e ainda Hamnet, de Maggie O’Brien, que a editora considera “uma das mais importantes literárias deste início do século XXI”. A Presença vai lançar A Anomalia, de Hervé Le Tellier, vencedor do Prémio Goncourt em 2020. A história passa-se em junho de 2021, “quando um acontecimento muito estranho altera a vida de centenas de homens e mulheres, todos passageiros de um voo Paris-Nova Iorque”, refere a sinopse disponibilizada pela editora. Pela mesma editora vai também sair a reedição de O Idiota, de Fiódr Dostoiévski. A

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Caminho vai lançar Hífen, de Patrícia Portela e a E-Primatur Noite no Caminho de Ferro da Via Láctea, de Kenji Miyazawa, e o primeiro volume das obras completas do dramaturgo Bernardo Santareno, que inclui as peças do período inicial da produção do autor, influenciadas pela sua experiência como médico na frota bacalhoeira portuguesa. Pela Quetzal vai sair O Homem do Casaco Vermelho, de Julian Barnes, e A Arte da Viagem, de Paul Theroux.

A Elsinore vai republicar Olá América!, um dos mais famosos livros de J. G. Ballard, há muito esgotado nas livrarias portuguesas. Já a Alfaguara vai lançar O País dos Outros, da aclamada autora franco-marroquina Leïla Slimani. Pela Companhia das Letras vai sair em maio Deus, Pátria e Família, um romance de Hugo Gonçalves que re-imagina o tempo do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial em Portugal, e pela Suma de Letras Bairro Sem Saída, o primeiro romance de Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell.

A Saída de Emergência vai editar 2001: Odisseia no Espaço, de Arthur C. Clark, A Devoradora de Pecados, de Megan Campisi, Os Contos Mais Épicos de Conan, de Robert E. Howards, e O Portador da Chama, de Bernard Cornwell.

A Dom Quixote vai editar Sinta-se Livre, de Zadie Smith. Editada em inglês em 2018, a coletânea de ensaios reúne cerca de três dezenas de textos distribuídos por cinco secções (“No Mundo”, “Na Audiência”, “Na Galeria de Arte”, “Na Prateleira” e “Sinta-se Livre”), ao longo das quais Smith coloca questões sobre o mundo contemporâneo que todos são capazes de reconhecer, como qual o papel das redes sociais ou porque é que gostamos de bibliotecas. Notas sobre o Luto, de Chimamanda Ngozi Adichie, que será também pelo publicado pela Dom Quixote, é igualmente um ensaio, mas de tom mais pessoal, no qual a escritora recupera a vida do pai partilhando os efeitos que a sua súbita morte teve em si.

Salazar, O Ditador Que Se Recusa a Morrer, uma nova biografia de António de Oliveira Salazar da autoria do historiador inglês Tom Gallagher, terá também chancela da Dom Quixote. Gallagher, professor emérito da Universidade de Bradford, no norte de Inglaterra, é especializado na história da Europa Moderna e visita regularmente Portugal. Apesar de ter mais de duas dezenas de livros publicados, O Ditador Que Se Recusa a Morrer é a sua primeira biografia. A Objectiva também vai lançar uma biografia de Salazar. A Incrível História de António Salazar, do escritor e jornalista Marco Ferrari, tem por base os testemunhos de 20 mil resistentes presos pela PIDE.

Robert Macfarlane é considerado por alguns o melhor escritor sobre temas de natureza da sua geração. No seu último livro, Mundo Subterrâneo, que será editado em Portugal pela Elsinore, o autor inglês, até agora inédito em Portugal, fala sobre o mundo subterrâneo que existe mesmo por baixo dos nossos pés. Entre o passado e o presente, e procurando vislumbrar o futuro, Macfarlane viaja por alguns dos lugares mais extraordinários e secretos do planeta, como os glaciares da Gronelândia, as câmaras funerárias da Idade do Bronze e pelas cavernas do Ártico, mostrando como o mundo subterrâneo vive e sobrevive no mito, na literatura, na memória e na ciência.

A Bertrand vai publicar A Importância de Dante, de John Took, professor emérito da University College London e especialista em literatura italiana, em especial Dante. Este ano assinalam-se os 700 da morte do autor de A Divina Comédia. A Antígona vai lançar O Apoio Mútuo — Um Factor da Revolução, “obra marcante do célebre anarquista russo” Piotr Kropotkine e “um dos primeiros estudos sistemáticos de inteiras comunidades humanas e animais”, lembra a editora.

Também neste mês de maio, a Casa das Letras vai publicar a biografia autorizada de António Guterres, O Mundo Não Tem de Ser Assim, de Pedro Latoeiro e Filipe Domingues. Pela Oficina do Livro vai sair A Tempestade Perfeita. Como a extrema-direita regressou à Península Ibérica, uma análise da correspondente da RTP em Madrid, Daniela Santiago. Já a BookBuilders vai lançar História dos Povos Árabes, uma obra de referência sobre a história dos povos ditos árabes de Albert Hourani, importante especialista no mundo árabe e criador dos primeiros centros de História do Médio Oriente no Reino Unido e Estados Unidos da América.

A Quetzal vai fazer chegar às livrarias A Madrugada em Birkenau, de Simone Veil. A primeira parte do livro inclui as memórias de Veil do período da Segunda Guerra Mundial, as perseguições raciais em França e a deportação para os campos de concentração; a segunda parte, inclui testemunhos de antigos companheiros sobreviventes do Holocausto e da irmã, membro da Resistência francesa, que reencontrou no fim da guerra.

Pelas Edições 70 vai sair Orientalismo. Representações Ocidentais do Oriente, de Edward W. Said, e As Conspirações em Torno de Hitler. O Terceiro Reich e a Imaginação Paranóica, de Richard J. Evans. Neste último, o historiador britânico especializado no período da Segunda Guerra Mundial reuniu cinco famosas teorias sobre Adolf Hitler e submeteu-as ao escrutínio forense Também por esta editora será publicada uma seleção das crónicas de António Guerreiro no Público, Zonas de Baixa Pressão.

Com base numa pesquisa meticulosa, o historiador Jonathan Phillips, especialista em História das Cruzadas, reconstruiu a vida do Sultão Saladino, oferecendo um olhar renovado sobre as suas vitórias, derrotas e contradições. A Vida e a Lenda do Sultão Saladino, que vai ser publicado em maio pela Desassossego, explora também o legado do sultão, cujo nome tem sido invocado por diferentes líderes árabes modernos, desde Gamal Abdel Nasser, no Egito, a Osama bin Laden, no Iraque.

A Presença vai lançar As Consequências do Capitalismo, de Noam Chomsky e Mary Waterstone. A 6 de maio, a Contraponto vai publicar Ficheiros Secretos — Histórias Nunca Contadas da Política e da Sociedade Portuguesas, do jornalista Luís Osório, um livro que conta as histórias pouco conhecidas de algumas das mais conhecidas personalidades políticas portuguesas, como Mário Soares ou Álvaro Cunho. A Lua de Papel vai editar O Cérebro em Ação, de David Eagleman, neurocientista e professor na Universidade de Stanford, na Califórnia.

Desamigados é a estreia de António Mega Ferreira na Tinta-da-China. O livro, que sai este mês de maio, conta a história de 11 amizades célebres que se transformaram em inimizades ferozes, como as de de Wagner e Nietzsche, Hemingway e Fitzgerald ou Bocage e Macedo.