No final, tudo acabou por ir parar aos favoritos teóricos. Sporting e FC Porto, os dois primeiros da fase regular da Liga de basquetebol que já tinham estado também em confronto na final da Taça de Portugal relativa à época anterior e da Taça Hugo dos Santos (na Taça desta temporada cruzaram nas meias), chegavam com naturalidade às decisões do título adiado em 2019/20 e com grande simbolismo para ambos os lados, por poder representar a quebra de um longo jejum desde os anos 80 para os leões ou por ser mais um título cinco anos depois para os dragões num 2021 inevitavelmente marcado para todas as modalidades portistas pelo desaparecimento de Alfredo Quintana. A decisão à maior de cinco, essa, começava esta tarde no Pavilhão João Rocha.

Olhando apenas para os encontros relativos à presente temporada, sem contar com a final da Taça de Portugal de 2019/20 em Odivelas que terminou em outubro com uma vitória verde e branca (87-78), o clássico voltava com triunfos repartidos por ambos os conjuntos: o Sporting venceu em casa na fase regular do Campeonato com um grande jogo de Diogo Ventura (63-57), o FC Porto conquistou a Taça Hugo dos Santos com uma recuperação nos últimos minutos (72-68), voltou de novo a ganhar no encontro da fase regular no Dragão com prolongamento (81-78) e os leões venceram o último jogo entre ambos nas meias da Taça de Portugal por 85-77.

Agora, num duelo que acabou com grande equilíbrio e emoção nos últimos minutos depois de um melhor início do Sporting e de um grande terceiro período do FC Porto que virou todas as contas (24-11), os leões acabaram por vencer com dois lançamentos livres de Micah Downs, o MVP do jogo, no último segundo (74-72), partindo assim na frente de uma final da Liga que promete grandes duelos entre as duas melhores equipas nacionais.

O encontro começou com um parcial de 4-0 dos leões, com uma resposta forte dos dragões com um 7-0 e com nova passagem do conjunto verde e branco para a frente por quatro pontos (11-7), altura em que a equipa de Luís Magalhães ficou mais confortável no encontro para uma vantagem de oito pontos que foi reduzida no final do primeiro período para 17-14. No segundo parcial, mais uma vez marcado pela baixa eficácia de lançamento e pela superioridade das defesas, os visitados conseguiram pela primeira vez um avanço de nove pontos e a equipa de Moncho López não mais voltou a colar como no arranque, saindo a perder por 35-26 ao intervalo com o base Diogo Ventura em plano de destaque com 11 pontos e três assistências, além do bom contributo também do americano Micah Downs que, saído do banco, empurrou a equipa na defesa e no ataque.

O encontro parecia bem encaminhado para os leões mas foi uma mera ilusão, como se viu no terceiro período: o Sporting manteve-se na frente nos minutos iniciais, houve uma falta técnica ao banco dos leões e o FC Porto começou um parcial imparável a disparar nas percentagens de eficácia e a melhor no plano defensivo para virar o clássico de sete pontos contra (37-30) para impensáveis dez a favor (50-40), fechando o terceiro parcial na frente por 50-46. Tudo seria decidido no último quarto, com as individualidades portistas a aparecerem de uma forma mais expressiva mas a grande exibição de Micah Downs manteve os visitados ligados ao jogo até a um triplo de Catarino e um desarme fantástico depois na tabela contrária a colocar os leões na frente (65-64). O jogo podia cair para os dois lados mas Micah Downs, que acabou com 28 pontos, tinha uma palavra a dizer no final, sofrendo falta num triplo tentado no último segundo e convertendo dois lançamentos livres para fazer o 74-72.

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