No final do primeiro jogo do Campeonato da Europa, em Roma, a UEFA deu os parabéns a um seguidor que tinha acertado em tudo. Acertou na vitória da Itália frente à Turquia, acertou no resultado de 3-0, acertou nos golos de Immobile e Insigne, acertou até no autogolo de Demiral. Até no autogolo, pasme-se. Qual era a probabilidade de haver um autogolo no jogo de estreia quando em todos os encontros das 15 fases finais só tinham existido nove? Poucas, quase nenhuma. Mas se calhar era só um presságio. Um presságio que se tornou histórico.

Ainda faltam seis jogos para o final do Euro 2020, entre três dos quartos, as duas meias-finais e a final, mas já foi batido o recorde de mais autogolos numa só edição. Aliás, essa tornou-se uma fasquia demasiada baixa perante tantos azares de tantas equipas. E o desvio involuntário de Zakaria na própria baliza que inaugurou o marcador para a Espanha no primeiro encontro dos quartos de final foi já o décimo autogolo na competição. Ou seja, só nesta presente edição houve mais autogolos em 45 partidas do que em todas as restantes 15 edições juntas.

Aparentemente, é uma exceção. Talvez. Mas cada vez mais a tornar-se uma regra, quaisquer que sejam as justificações para tal. E as últimas quatro fases finais de Europeus e Mundiais ajudam a explicar isso mesmo: em 72 autogolos marcados, 30 deles, numa percentagem de 42%, registaram-se desde o Mundial de 2014, juntando-se depois o Campeonato da Europa de 2016, o Campeonato do Mundo de 2018 e agora o Euro 2020.

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